ABC Paulista: Aulas presenciais retornarão apenas em 2021, explica prefeito

O presidente do Consórcio do ABC afirmou que a decisão por adiar o retorno escolar é mais uma das “atitudes responsáveis” dos prefeitos da região

  • Por Jovem Pan
  • 01/08/2020 08h55 - Atualizado em 01/08/2020 08h59
MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO Para Gabriel, o principal objetivo do adiamento é preservar "a saúde e a vida dos alunos e profissionais da educação"

O prefeito de Rio Grande da Serra e também presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Gabriel Maranhão (Cidadania), afirma que as aulas presenciais no ABC paulista vão retornar apenas em 2021. Segundo ele, a decisão já foi determinada por cinco das sete cidades da região, sendo elas Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires, Mauá, Santo André e São Caetano do Sul. A expectativa é que, em reunião na segunda-feira, 03, os municípios de São Bernardo do Campo e Diadema também definam pelo adiamento do retorno escolar. Para Gabriel, o principal objetivo do adiamento é preservar “a saúde e a vida dos alunos e profissionais da educação”.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, neste sábado, 01, o presidente do Consórcio do ABC afirmou que a decisão por adiar o retorno escolar é mais uma das “atitudes responsáveis” dos prefeitos. “No começo da pandemia, tivemos uma atitude que foi diminuir as nossas frotas de transporte para forçar a população a ficar em casa e adotar o isolamento social, que acreditamos ser o melhor caminho para a pandemia. E agora, mais uma vez, estamos tendo uma atitude que entendo como muito responsável [adiamento retorno escolar]. Sabemos que ainda estamos passando por um momento muito desafiador da pandemia e a gente entende a dificuldade que teremos em, muitas vezes, controlar as crianças, que fazem parte do grupo de risco, com o retorno escolar. Estamos falando de quase 200 mil crianças, considerando as famílias são cerca de 800 mil pessoas envolvidas, o que representa 30% da população do ABC. Então essa atitude de postergar o retorno tem como objetivo preservar a saúde e a vida das nossas crianças, dos nosso alunos, assim como de todos os profissionais da educação”, afirma.

Gabriel Maranhão afirma ainda que, visando “minimizar a perda da educação“, os municípios estão estudando propor um “rodízio dos professores nas escolas” para garantir “maior eficiência nas aulas online”. Ele entende que a “pandemia mudou muito a forma como vivemos”, ressaltando que “os professores estão se reinventando” para garantir, durante o período de estudo remoto, o ensino dos alunos. Para o período de retorno presencial, o prefeito já espera um aumento no número de alunos no ensino público. “Houve um aumento de 20% na procura. No começo, tivemos uma pressão na área da saúde, agora essa pressão começa na educação. Então, o fator econômico, e a perda financeira pressiona bastante essa mudança das escolas particulares para o ensino público”, explica.

No momento, de acordo com o prefeito, a região do ABC possui 57% de ocupação dos leitos hospitalares destinados aos pacientes com a Covid-19. Para ele, é possível avaliar que as cidades “melhoraram bastante” a oferta de leitos e as ações para o enfrentamento da doença, mas ainda há preocupações sobre o avanço da doença. “Não medimos esforços para montar hospital de campanha, adquirimos 14 milhões de itens para equipar os hospitais da região. Disponibilizamos 30 leitos para cada 100 mil habitantes, então fizemos o dever de casa. Mas, agora, esperamos também ver a participação da população. Com a reabertura gradual da economia, passa a impressão que estamos em um momento confortável, mas temos em torno de 170 mil casos da  Covid-19 na região, então ainda nos preocupa muito a situação que se encontra o ABC paulista”, avalia o prefeito.

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