Acionistas minoritários da Petrobras reclamam da política de preços da estatal

Presidente da associação que reúne o grupo, Aurélio Valporto, afirmou que a PPI prejudica o desenvolvimento do Brasil

  • Por Jovem Pan
  • 07/04/2022 11h26
Agência Petrobras/Geraldo Falcão Logo da petrobras escrito em azul em uma plataforma. Na foto, só enxergamos uma parte do edifício Logo da petrobras escrito em azul em uma plataforma

Em meio a mudanças no comando da Petrobras, o presidente da associação que reúne os acionistas minoritários de companhias abertas brasileiras, Aurélio Valporto, afirmou que o mais importante neste momento é acabar com a política de paridade de preço internacional (PPI) da Petrobras. Em entrevista à Jovem Pan, Valporto afirmou que esse modelo faz mal ao Brasil. O presidente Abradin destacou que os preços dos combustíveis deveriam se basear nos custos internos de produção e não ficar dependendo de pressões externas.

Vaporto ainda lembrou que no passado a Petrobras não praticava a paridade preço e ainda assim dava lucro. Ele classificou como ‘exorbitante’ e até ‘indecente’ os lucros da estatal nos últimos anos, apoiados na PPI. Aurélio Valporto destacou ainda que, com preços altos nas bombas, a inflação e os juros sobem, o que acaba comprometendo o desenvolvimento do país. “A Petrobras tem um produto de demanda inelástica, isso significa que quanto mais aumenta o preço, a proporção com que a o consumo diminui é muito menor do que o aumento do preço, quanto mais eu aumento o preço, mais eu tenho a receita. Por isso que ela consegue praticar esses preços tão altos. Você prejudica a economia na medida em que aumenta os custos de todos os custos da economia e reduz a demanda pelos outros bens e serviços. Na medida que você paga caro pela gasolina que você coloca no seu carro, você vai menos ao restaurante, você economiza no cabeleireiro”, explica

A política de preços de paridade internacional começou a ser adotada em 2016, na gestão de Pedro Parente, durante o governo do ex-presidente da República Michel Temer. A PPI se baseia em duas variáveis: variação do dólar frente ao real, no mercado interno, e, principalmente, cotação do preço do petróleo do tipo brent no mercado internacional. Em tempos de instabilidade geopolítica como o atual, quando o mundo acompanha a guerra entre russos e ucranianos, o barril do petróleo tende a subir e isso pressiona os preços de diesel e gasolina nas bombas. Atualmente, as cobranças e as críticas à PPI vem tanto da oposição quanto de integrantes do atual governo federal.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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