Consequências do Brexit: FMI reduz projeção de crescimento da economia britânica para 1,7%

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 24/07/2017 10h10 - Atualizado em 24/07/2017 10h11
EFE Pela primeira vez desde o Brexit, o Fundo Monetário Internacional reduziu a projeção de crescimento da economia britânica

O divórcio britânico da União Europeia trouxe poucas certezas para o Reino Unido até agora, a não ser o fato de que a economia do país já está sofrendo as consequências do referendo no ano passado.

A mais nova evidência disso está na atualização do relatório ‘Perspectivas Econômicas Globais’ do FMI divulgado nesta segunda-feira (24). Pela primeira vez desde o Brexit, o Fundo Monetário Internacional reduziu a projeção de crescimento da economia britânica neste ano. Passou de 2% para 1,7%.

Claro que as projeções do FMI para a economia global costumam ser tão precisas quanto as que você e eu fazemos para os jogos da rodada no Brasileirão. Tanto é que o fundo vinha elevando a expectativa de crescimento econômico no Reino Unido desde o referendo.

Mas então vieram os dados concretos do primeiro trimestre mostrando que a desvalorização da libra e a inflação crescente diminuíram o consumo interno e ficou tudo ainda mais embaralhado. O próprio FMI insiste que o impacto final do Brexit na economia do Reino Unido permanece incerto.

O contraste com a União Europeia é claro. Até mesmo países que estão em dificuldades financeiras como Espanha e Itália têm hoje perspectivas de crescimento mais empolgantes que a britânica. França e Alemanha também devem manter um ritmo estável de expansão, segundo o documento do fundo monetário.

A outra economia madura, como dizem os especialistas, com previsões menos animadoras é a dos Estados Unidos. E isso não é uma coincidência.

Ao escolherem Donald Trump e a separação da União Europeia, americanos e britânicos deram um passo no escuro. Isso não significa necessariamente que o resultado final será ruim. Mas no momento o que prevalece é a incerteza política e econômica nos dois países. Ninguém sabe no que vai dar a negociação do Brexit. Muito menos qual será o próximo tuíte de Donald Trump.

Se até as grandes economias sofrem com a falta de previsibilidade, imagine o que resta para as economias menos maduras e democracias mais verdes ainda como as que a gente conhece aí no Hemisfério Sul. Não por acaso a previsão para o Brasil até subiu consideravelmente neste ano, mas para 2018, ano de eleição, ela foi brutalmente reduzida de 1,7% para 1,3%.

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