Declarações de Bolsonaro sobre vacina infantil incentivaram crimes contra a Anvisa, diz Barra Torres

Segundo o diretor-presidente da agência reguladora, 170 servidores e seus familiares foram vítimas de ameaças de morte, agressão física e violências após falas do presidente

  • Por Jovem Pan
  • 31/12/2021 07h22 - Atualizado em 31/12/2021 13h00
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado Diretor da Anvisa em sessão da CPI da Covid-19 Diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres

Segundo o chefe da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, que já atuou em alinhamento com o governo federal, no início da pandemia, as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a vacinação infantil incentivariam crimes contra a agência reguladora. Foi o que ele disse em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. Após a Anvisa aprovar o uso das doses reduzidas da Pfizer contra a Covid-19 para o grupo de 5 a 11 anos, o presidente se manifestou em live e sugeriu que fossem divulgados os nomes de quem liberou a vacina para crianças. Segundo Barra Torres, isso contribuiu para aumentar o número de ameaças de morte, agressão física e violências contra servidores e familiares, que chegaria a 170 casos. Barra Torres também declarou que considera inadequada a consulta pública e a proposta do ministro da saúde, Marcelo Queiroga, de cobrar prescrição médica para imunizar mais jovens. Segundo ele isso seria perda de tempo. Sobre a relação com o Bolsonaro, agora fragilizada, ele garantiu que nunca houve por parte do presidente qualquer tipo de pressão, pedido, insinuação ou influência nas decisões da Anvisa.

*Com informações da repórter Katiuscia Sotomayor

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