Frear desmatamento na Amazônia é desafio do Brasil no Acordo de Paris

Acordo climático de Paris entra em vigor nesta sexta-feira (04) e combate ao desmatamento na Amazônia será principal desafio do Brasil, para o cumprimento das metas.
O texto elaborado durante a COP-21, em dezembro do ano passado, na França, foi ratificado por 87 países, até esta quarta-feira (2).
O tratado prevê medidas para evitar que a temperatura média da superfície do planeta aumente mais de 2 graus Celsius, até o final deste século.
Para atingir o objetivo, o Brasil se comprometeu a zerar o desmatamento da Amazônia Legal, até 2030.
O governo também prometeu restaurar 12 milhões de hectares de florestas, mas especialistas consideram as metas pouco ambiciosas, diante do problema.
O coordenador da ONG Greenpeace no Brasil, Pedro Telles, disse à Jovem Pan que os crimes ambientais ainda serão tolerados por mais uma década: “a meta que o Brasil apresentou para a ONU com relação ao desmatamento é decepcionante e tem muito a melhorar”.
Pedro Telles cobrou rigor na fiscalização na região da Floresta Amazônica e afirma que o governo brasileiro poderia ter apresentado metas mais efetivas.
O secretário-executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, ressaltou que o cumprimento dos objetivos traçados no acordo precisa ser acompanhado: “o Acordo de Paris, entrando em vigor, tem que deixar de ser promessa e passar a ser mudança de rumos na economia mundial”.
Carlos Rittl disse que o Brasil terá dificuldades para ampliar o uso de fontes renováveis na matriz energética, que é uma das metas estipuladas no acordo.
O secretário de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Everton Lucero, classificou o tratado como uma “oportunidade” para o país.
“Nós podemos rumar para uma eocnomia de baixas emiss~ões e promover o desenvolvimento. O Acordo de Paris nos traz uma oportunidade para um novo modelo de desenvolvimento sustentável”, disse.
Everton Lucero acrescentou ainda que o compromisso assinado pelo Brasil no acordo de Paris prevê a total descarbonização da economia, até o ano de 2100.
Estados Unidos, Índia e China, atualmente responsáveis pelas maiores emissões de poluentes, são alguns dos signatários do tratado.
O pacto substituirá o Protocolo de Kyoto a partir de 2020 e pode ter avaliações periódicas, a cada cinco anos, para revisão das metas estipuladas.
Na segunda-feira, líderes mundiais se reunirão em Marrakesh, no Marrocos, na conferência COP-22, para definir detalhes sobre a implementação do texto.
*Informações do repórter Vitor Brown
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