Marina Silva diz que não vai se promover “acima de pessoas soterradas na lama”

  • Por Jovem Pan
  • 26/11/2015 10h59
SÃO PAULO, SP, 29.07.2015: MARINA-SILVA - Entrevista exclusiva com a ex-senadora Marina Silva, para a Folha, onde fala sobre a atual conjuntura política. (Foto: Juca Varella/Folhapress) Juca Varella/ Folhapress Marina Silva

Ex-ministra do Meio Ambiente durante o governo Lula, Marina Silva é conhecida por sua militância na causa do desenvolvimento sustentável. Sobre o maior desastre ambiental do Brasil, ocorrido em Mariana –MG, o rompimento da barragem de rejeitos da Samarco, Marina Silva preferiu continuar com seus projetos sem se manifestar politicamente para, segundo ela, não se promover em cima de uma desgraça: “Eu estou presente, da forma que eu tenho meios para ser efetiva. Hoje não tenho mandato, mas tenho a postura ética de não instrumentalizar uma situação dessa para promoção política. Já vi políticos chorarem sobre cadáveres de índios e trabalhadores rurais e depois fazerem exatamente o contrário quando estão no poder”.

Ao ser questionada sobre qual seria essa mobilização que ela faz nos bastidores da questão, Marina Silva afirma: “Pirotecnia para me promover acima de pessoas soterradas na lama eu não vou fazer. Eu falo com pessoas, com advogados, para tornar efetivas as ações e punir com maior gravidades coisas como o que aconteceu em Minas Gerais”.

Marina Silva afirma ter sido muito criticada, durante a sua atuação no Ministério por demorar na liberação de licenças ambientais e incluir termos nos licenciamentos que poderiam evitar acontecimentos como o de Mariana: “Eu trabalho para apresentar medidas legais efetivas, que tornem hediondo esse tipo de crime ambiental”.

A ex-senadora diz que, apesar de representar uma liderança política, por não ter um mandato ela não tem espaço para fazer o trabalho, mas cobra quem poderia fazê-lo: “Um governo em que a presidente da república foi ministra de Minas e Energia e chefe da Casa Civil, e acontece uma coisa dessa e medidas efetivas não são tomadas? E achar que eu deveria fazer isso?”.

Confira a entrevista completa no Jornal da Manhã no áudio do começo do texto.

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