Na Câmara, Petrobras afirma que não repassa oscilações do câmbio ao consumidor

Estatal reafirmou respeitar o equilíbrio aos preços praticados no mercado internacional

  • Por Jovem Pan
  • 02/06/2022 09h32
Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados câmara Audiência pública na Câmara dos Deputados sobre o aumento dos preços dos combustíveis e seus cálculos

Em audiência pública na Câmara dos Deputados sobre o aumento dos preços dos combustíveis e seus cálculos, o representante da Petrobras disse aos deputados da Comissão de Finanças e Tributação que a estatal mantém o equilíbrio com os preços praticados no mercado internacional e que não repassa oscilações do câmbio ao consumidor. O gerente de Previsão de Preços de Mercado e Vendas da empresa, Diogo Gonçalves Bezerra, afirmou ainda que a empresa responde por apenas uma parcela do preço da bomba.

“Hoje, a gente tem posicionamento de buscar esse equilíbrio acompanhando essas variações tanto para cima quanto para baixo, mas evitando o repasse da volatilidade do mercado internacional, e ainda mais com esse efeito da taxa de câmbio, é extremamente bolacha. A Petrobras, no passado, já teve uma prática de ajustes diários, isso já evoluiu e, hoje, a gente tem um posicionamento de não repassar essa volatilidade”, afirmou Bezerra. Segundo o executivo da Petrobras, desde janeiro de 2020, parcela de preços da estatal nas refinarias aumentou R$ 1,42 enquanto o preço de revenda subiu R$ 2,74.

O deputado Luiz Miranda (Republicanos-DF), que solicitou  a audiência, cobrou uma postura mais ativa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) em relação à política de preços do setor. “Hoje, o mercado de energia tem lucro limitado a 15%. Uma das formas da gente regular, porque a ANP que aqui também participa [da audiência] não regula os preços, mas a Aneel regula os preços das distribuidoras de energia, que ela tenha uma lucratividade garantida de 15%, tanto para cima como para baixo. É um caso a se pensar, pegar o mercado de energia e transferir para um mercado que não deixa de ser de energia, está dentro do mesmo ministério, diga-se de passagem. Tratar a forma que é feita hoje no mercado de energia passar para os combustíveis. Aqui é uma ideia de alguém que não entendeu nada sobre como uma empresa que teve uma lucratividade tão alta e continua dizendo que o problema não é dentro da Petrobras”, disse. Um representante da ANP que participou da audiência esclareceu aos parlamentares que uma das responsabilidades da agência é a proteção do consumidor, mas sem interferir nos preços.

*Com informações da repórter Iasmin Costa

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