PF recupera valor recorde de R$ 60 milhões em única fase da Lava Jato

  • Por Jovem Pan
  • 24/10/2019 06h29 - Atualizado em 24/10/2019 11h05
Tânia Rêgo/Agência Brasil Fachada da Petrobras escrito em prata em uma placa A estatal alega ser reconhecida pelo próprio Ministério Público e pelo STF como vítima de um esquema de corrupção

A 67ª fase da Lava Jato mira envolvimento do conglomerado ítalo-argentino Techint Engenharia com pagamento de propina na Petrobras no valor de R$ 60 milhões.

Em decorrência da operação desta quarta-feira (23), batizada de Tango & Cash, a justiça determinou o bloqueio de R$ 1,6 bilhão dos investigados.

A Polícia Federal cumpriu 23 ordens judiciais em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Paraná. Não foram expedidos mandados de prisão.

Ex-funcionários da Petrobras se beneficiaram da propina, enquanto intermediários da Techint e de duas consultorias são investigados por lavagem de dinheiro.

O cartel, chamado de “O Grupo”, chegou a ser formado por 16 empresas e passou a aceitar que mais empreiteiras participassem do esquema, em 2006.

O superintendente da Polícia Federal no Paraná, delegado Luciano Flores de Lima, considera um recorde o valore recuperado em apenas uma fase da Lava Jato. De acordo com o delegado, offshores eram usadas para que o pagamento de propina tivesse aparência lícita.

O procurador Marcelo Ribeiro de Oliveira ressalta que a maior parte das provas foi obtida com ajuda de autoridades da Itália e da Suíça.

O Ministério Público citou dois ex-funcionários da Petrobras como recebedores da propina: Renato Duque, da área de Serviços, e Jorge Zelada, do setor internacional.

Em um dos casos, o repasse chegou a US$ 9 milhões entre os anos de 2008 e 2013.

A estatal alega ser reconhecida pelo próprio Ministério Público e pelo STF como vítima de um esquema de corrupção envolvendo agentes políticos e privados.

A companhia reitera que “trabalha em colaboração” com as autoridades que conduzem a Operação Lava Jato.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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