Presidente do FNDE afirma não ter mantido contato com pastores no MEC

Marcelo Lopes foi sabatinado em audiência pública na Câmara dos Deputados na última quarta; ele disse ter encontrado os religiosos apenas quatro vezes

  • Por Jovem Pan
  • 26/05/2022 12h48 - Atualizado em 26/05/2022 13h14
Elaine Menke/Câmara do Deputados Marcelo Lopes, presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) Marcelo Lopes, presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)

O presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Marcelo Lopes, negou, durante a audiência na Câmara dos Deputados, ter mantido contato, ter tido influência ou ter recebido recursos de pastores durante o período em que ocupa o cargo. Ele A ligação do ex-ministro Milton Ribeiro com dois pastores que frequentavam o Ministério da Educação acabou derrubando o ele do posto. A denúncia é de que o MEC privilegiava os religiosos na hora da liberação de recursos. O presidente do FNDE se defendeu e garantiu que não manteve nenhum contato que possa gerar suspeitas. Ele disse ainda que recebeu os pastores apenas quatro vezes.

“Ainda sobre os pastores, acho que é um dos pontos mais importante que eu preciso esclarecer hoje, em agosto do ano passado, após chegar de uma viagem de Nova Odessa, um desses encontros, ouvi da minha equipe e de algumas pessoas, algumas conversas tortas. O ministro Milton até falou sobre isso já também, já foi divulgado pela imprensa, sobre a relação com os pastores. Não recebi, não usei não valores, mas onde há fumaça há fogo e eu falei ‘ministro, eu queria que o senhor tomasse uma providência’, e ele, ainda em agosto do ano passado, mandou esse relato à CGU. Eu fui ouvido, prestei os esclarecimentos necessários”, comentou Lopes.

O requerimento para convocação de Marcelo Lopes foi do deputado Rogério Corrêa (PT-MG), que criticou as ações do governo federal e voltou a defender a necessidade de uma CPI para apurar as denúncias no Ministério da Educação. “Eu sou autor também de um pedido de criação de uma CPI para verificar intermediação de verbas orçamentárias com pagamento de suborno em benefício de municípios escolhidos ilegalmente no MEC, com anuência do FNDE, que é o caso conhecido como a propina aos pastores, que envolveu até barras de ouro. Esta CPI, ela ainda não tem o número de assinaturas suficiente. E eu peço, inclusive, aos deputados e deputadas, pela gravidade do assunto, que possam assinar esse pedido de CPI. E também existe uma solicitação de CPI no Senado Federal”, disse.

O presidente do FNDE ainda teve que explicar notícias que davam conta da presença dos pastores em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo Lopes, eles nunca viajaram nos aviões da FAB ou mesmo nas comitivas dos aviões comerciais e que o FNDE nunca pagou qualquer despesa relacionada a eles. Na comissão de educação, ele foi questionado também sobre irregularidades em kits de robótica e compra de ônibus escolares.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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