Promotora do caso Saul Klein afirma ter recebido denúncias de novos abusos envolvendo o empresário

Herdeiro das Casas Bahia foi indiciado por crimes sexuais contra oito mulheres

  • Por Jovem Pan
  • 18/05/2022 11h33
Reprodução/YouTube/TV Ferroviária Saul Klein Empresário Saul Klein indiciado pela Polícia Civil por crimes sexuais contra oito mulheres

O juiz Fabio Calheiros do Nascimento, da 2ª Vara Criminal de Barueri, no interior de São Paulo, negou o pedido de prisão preventiva contra o empresário Saul Klein, herdeiro das Casas Bahia. Ele foi indiciado pela Polícia Civil por crimes sexuais contra oito mulheres, além de ser suspeito de integrar esquema de aliciamento de menores e tráficos de pessoas, explica a promotora do caso, Gabriela Mansur. “O crime principal, no meu entendimento, é o estupro, estudo de vulnerável, a exploração sexual de menores, tráfico de pessoas e incentivo à prostituição. As  penas são altas, crimes são hediondos, as provas, o depoimento das meninas que fizeram as denúncias por si só já comprovam gravidade dos fatos, mas vamos respeitar o entendimento do Ministério Público.” Segundo Gabriela, as denúncias começaram a surgir durante a pandemia, quando recebeu os primeiros telefones.

“Comecei a ouvi-las e vi a gravidade da situação. A partir daí ouvi duas vítimas, praticamente 20 meninas entre 18 e 20 anos passaram a denuncias situações graves ocorridas durante finais de semana e situações em que eram convidadas para serem modelos, ou acompanhantes de festas, e isso acaba tornando um inferno na vida dessas meninas por volta 10, 5 anos”, menciona a promotora, que também foi responsável por receber as denúncias envolvendo o médium João de Deus, condenado por estupros e violências sexuais contra mulheres. Gabriela Mansur também ressalta que parte das vítimas que denunciaram Saul Klein eram menores de idade quando os abusos aconteciam. Por isso, ela considera que a rejeição do pedido de prisão preventiva cria uma situação ruim.

“Ouvi dessas meninas que pelo poder aquisitivo não iria dar em nada. Desde o início vi indícios gravíssimos dos crimes cometidos de estupro, estupro de vulnerável, formação de quadrilha, tráfico de pessoas, exploração sexual de meninas e mulheres brasileiras e essa situação infelizmente acaba pairando no ar: Será que pessoas muito ricas e poderosas não pagam pelos crimes no Brasil?”, questionou a promotora, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News. Com o pedido de prisão indeferido, Saul Klein, de 68 anos, é considerado um “homem livre”, com possibilidade de sair do país e sem bloqueio de bens, também negado pela Justiça. “É ruim porque já recebi denúncias de que ele continua cometendo as mesmas práticas com outras meninas. […] Temo que mais meninas e mulheres sejam estupradas e sejam exploradas sexualmente. A quadrilha não é só de duas ou três pessoas, mais de oito pessoas envolvidas. No meu entendimento, devem ter muito mais pessoas envolvidas”, concluiu.

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