Presidente do conselho da Livraria Cultura critica falta de incentivo para leitura na infância

  • Por Jovem Pan
  • 10/10/2016 12h34
Reprodução/Instagram

“Se você não lê, como você quer que seu filho leia?”. O primeiro questionamento de Pedro Herz, presidente do conselho da Livraria Cultura, logo mostrou o problema da falta de leitura no Brasil e consequentemente da educação no Brasil. No Jovem Pan Morning Show desta segunda-feira (10), o senhor de 76 anos cobrou uma maior participação dos pais no crescimento educacional e intelectual dos filhos e também do governo, investindo mais na formação cultural dos jovens.

Herz citou uma característica importante das crianças logo em seus primeiros anos: eles gostam de imitar. Então se os pais mantêm o hábito da leitura, certamente seus herdeiros procurarão fazer o mesmo. 

“Ler é um ato solitário que se imita. A criança imita o gesto de ler. Meus filhos liam um livro sem ser alfabetizado. A grande campanha que os governos precisariam fazer é ‘se você não lê, como você quer que seu filho leia?’”, comentou. “As crianças não sabem ler, mas sabem ouvir. Algo que os adultos não fazem mais infelizmente”, lamentou.

Essa falta de solidão no momento da leitura é algo que Herz critica duramente também. Com o desenvolvimento da tecnologia, as pessoas procuram ler um livro ao mesmo tempo que ouve música e se desconcentra sempre que o celular vibra com as notificações das redes sociais.

“Para ler tem que desligar a máquina, não dá para se concentrar com tudo tocando. Precisa estar calado e quieto”, ressaltou.

Precisa mudar o modelo político para dar certo

A política brasileira passou por grandes mudanças com o impeachment de Dilma Rousseff, mas Pedro Herz, presidente do conselho da Livraria Cultura, acredita que o País só vai conseguir evoluir se o novo governo se propor a mudar o atual modelo político, que segundo ele está falido. Herz aponta a falta de movimentação para que isso aconteça.

“O Brasil vai muito mal na escola. Cada ano a gente tem uma nota menor na escola. Se você projeta que a escola é a base, olha o futuro que vamos ter”, disse.

“O atual modelo político está falido. Vejo pouca movimentação em querer mudar o modelo. Se mudasse o modelo, acho que poderíamos ficar esperançosos”, completou.

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