"É muita responsabilidade representar a mulher negra da periferia", diz Negra Li

  • Por Jovem Pan
  • 09/12/2014 11h31
Jovem Pan/Amanda Garcia <p>Negra Li é a convidada do Morning Show desta segunda-feira (09)</p>

Negra Li fala sobre as dificuldades de trabalhar com a black music no Brasil. “É muito difícil a gente estar presente num Rock in Rio. É muito difícil no Brasil a gente ter um espaço. Muitas vezes a gente tem que criar eventos para fazer shows”, conta ela.

A cantora fala sobre o machismo presente no rap, e como conseguiu se inserir nesta área. Segundo ela, ter sido convidada para integrar o RZO já é prova de que o grupo é diferente e aberto à entrada de mulheres. “Mas mesmo assim eles eram machistas, porque faz parte da educação deles. Para eu poder ficar no grupo, tinha certas regras. Eles falavam com cuidado, tipo ‘não pode cumprimentar com beijinho, com sorrisinho, não pode usar saia no palco'”, relembra ela, sem guardar mágoas.

Enquanto integrava o RZO, o grupo foi convidado para cantar em duas faixas do Charlie Brown Jr., e ela classifica a participação como uma das mais importantes da carreira. “O Chorão era muito fã de rap. Ele rimava, gostava. Agora as pessoas esperam que eu cante Não É Sério. Só sobrou eu para cantar, infelizmente”, lamenta.

Sobre ser tida como referência para as mulheres negras, ela acha maravilhoso ter essa tarefa. “É muita responsabilidade representar a mulher negra da periferia. Tem a referência do cabelo, da beleza”, lista ela.

Apesar de ter grande parte da carreira no rap, agora Negra Li experimenta um novo caminho, o do samba. “É muito difícil. Por isso que estou fazendo aula de canto. O plano é fazer um DVD depois do carnaval”, adianta. O trabalho deve se chamar Pérola Negra, em homenagem à dama do samba Jovelina Pérola Negra.

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