‘Imperatriz da Lava-Jato’, Nelma Kodama lança livro com sua versão dos fatos

  • Por Jovem Pan
  • 21/10/2019 12h32 - Atualizado em 21/10/2019 12h34
Jovem Pan Nelma Kodama foi a entrevistada do Morning Show nesta segunda-feira (21)

Em 17 de março de 2014 foi deflagrada a primeira fase da Lava-Jato, operação considerada a maior no combate à corrupção do país e que nesse dia prendeu o doleiro Alberto Youssef.

No entanto, as investigações já duravam meses e, na verdade, a primeira pessoa presa pela Polícia Federal nesse caso foi Nelma Kodama, também doleira e amante de Youssef. Para contar o seu lado da história e como tudo aconteceu, ela lança o livro “A imperatriz da Lava-Jato: a vida da doleira que originou a maior operação de combate à corrupção no Brasil” nesta terça-feira (22), em São Paulo.

“Fui presa em 14 de março de 2014, mas já era monitorada pela PF por cerca de oito meses sem ter dimensão do que estava acontecendo. No momento em que fui presa, eu estava indo a Milão portando 200 mil euros no bolso de trás, valor que não foi declarado pois o posto da Receita Federal estava fechado no aeroporto, mas eu iria declará-lo em abril daquele ano”, contou em entrevista ao Morning Show nesta segunda-feira (21).

Nelma conta que manteve relação amorosa com Youssef de 2000 a 2009, participando de suas movimentações financeiras, mas que ela sustenta que não tinha ideia do que e para que eram os valores obtidos pelo companheiro.

“Meu objetivo ao lançar esse livro é contar um pouco da minha história e a minha versão do que aconteceu, falando também sobre minha infância e como comecei a minha vida no câmbio, além dos bastidores da carceragem”, explicou Nelma, que ficou encarcerada por nove meses em presídio feminino, além de passar um período na carceragem da PF em Curitiba.

Nelma sustenta que não se considera corrupta, apesar de exercer por anos uma profissão não reconhecida.

“Doleiro é a pessoa que compra e vende dólares, nada mais do que isso. No Brasil, fazer esse tipo de operação é ilegal, pois a forma legal é através do Banco Central ou das corretoras. Muitas vezes as pessoas não declaram, principalmente se o dinheiro não tiver origem lícita. [O crime] é de evasão de divisas, (…) mas é o que todo mundo faz, o Brasil e o mundo vivem isso.”

“(…) Eu era um taxista, o cliente entrava no meu táxi e eu não perguntava a origem do dinheiro. É a mesma coisa que quando você compra pipoca, o pipoqueiro não vai te perguntar a origem do dinheiro.”

Assista a entrevista na íntegra:

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.