“Está na hora do agressor ser culpabilizado pelo assédio sexual”, defendem juristas

  • Por Jovem Pan
  • 29/08/2017 11h33
Johnny Drum/Jovem Pan

A campanha “Juntos Podemos Parar o Abuso Sexual nos Transportes” será lançada na tarde desta terça-feira (29) em São Paulo e as juristas Tatiane Moreira Lima e Fabíola Sucasas deram detalhes do objetivo da ação, no Morning Show desta manhã. Para as duas, o mais importante é sensibilizar as pessoas a darem apoio às vítimas e culpabilizar o agressor pelo assédio sexual, que vem aumentando nos transportes públicos da cidade.

De acordo com pesquisa da ActionAid, 86% das mulheres entrevistadas disseram ter sofrido assédio em espaços públicos. A dupla afirma que há necessidade de mapear todas as linhas de trem, metrô e ônibus para identificar quais são os pontos que necessitam de maior segurança.

Os números são abaixo do que a realidade representa. A mulher tem vergonha de denunciar. Há uma cifra negra. Quando os transportes lançam campanha, há um aumento de denúncias. Não que aumentou a violência, mas elas se sentem mais corajosas para denunciar.

“O objetivo da campanha é para nos sensibilizarmos com a situação da mulher. Conseguimos atingir mais de funcionários do Metrô. Em todo o mês de julho foram feitos seminários para sensibilizar, como acolher essas vítimas sem julgar pelas vestes”, explicou Tatiane.

A juíza disse que já passou da hora do agressor ser o real culpado pelo assédio sexual e não apontarem para a vítima com justificativas por conta de suas roupas, se havia bebido muito ou por estar fora de casa fora de hora.

“Tem que culpabilizar o agressor. A culpa não é da roupa, não é da vítima, não é porque ela estava no ponto a meia noite. Queremos que as pessoas se solidarizem e ajudem essa mulher”, pontuou.

Fabíola destaca a importância de usar os meios digitais para ter provas contra os agressores nos transportes públicos. A promotora ressalta a necessidade das pessoas não se tornarem cumplices dos criminosos por omissão.

“Quando você se omite, você assume o lado do agressor. É importante fazer o uso de tecnologias como fotografias, denunciar por meio de um aplicativo e também se dispor a ser testemunha”, enfatizou.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.