"O principal problema de 'Got Talent Brasil' foi o horário", explica Rafael Cortez

  • Por Jovem Pan
  • 18/09/2014 11h31
Nathália Rodrigues/Jovem Pan

O projeto musical Música Divertida Brasileira (MDB) acontece neste domingo (21), em São Paulo. O evento foi criado pelo humorista, ator e músico Rafael Cortez, e apresenta releituras de clássicos divertidos da MPB, reunindo canções engraçadas compostas no Brasil entre as décadas de 1920 e 1980. Cortez esteve no Morning Show desta quinta (18) e falou sobre o projeto.

“Essas músicas eram retratos da época, perfis de compositores ao longo da MPB. Muita coisa foi composta, mas não com essa intenção de ser engraçado”. Rafael canta e toca violão acompanhado da banda Pedra Letícia.  “É uma banda autoral de humor”, define o músico.

Na pesquisa das músicas entre os anos 1920 e 1980, títulos interessantes foram encontrados, como Peba na Pimenta. “Peba é um tatu assado na pimenta no nordeste”, explica Rafael. Outra música divertida é Cineangiocoronariografia, sobre o exame cardiológico. O grupo planeja lançar em 2015 um CD do trabalho, com músicas extras. 

Sobre futuros projetos na televisão, Rafael é firme ao dizer que não aceita trabalhos longos. “Estou de férias na TV, não volto este ano. Eu já disse para a Record que por muito tempo eu não fico”, afirma ele.

Rafael também citou a segunda temporada do reality musical The Voice Brasil, da Rede Globo, que estreia sua segunda temporada na noite de hoje. “Quero parabenizar a Globo. Got Talent não passou de 13 episódios”, brinca ele, se referindo ao programa que foi ao ar na Record em março de 2013. Ele abriu o jogo sobre os motivos do fracasso do programa: “Foi por causa de vários fatores. O principal foi o horário e dia de semana. O programa era baseado na classe B e D. Essa galera tava dormindo, é um pessoal que precisa acordar cedo para trabalhar. O programa começava às 23h15, 23h30. Foi um problema muito grave. Até a própria emissora pensou e falou ‘acho que esse não era o melhor horário'”.

Outra razão, segundo ele, é que ele era conhecido por trabalhar com humor, então o público esperava uma interação cômica que não aconteceu. “O formato do Got Talent é muito engessado. O apresentador é apenas um cara que chama as atrações”, argumenta. O problema não se restringe à apenas ao Got Talent, mas à todos os talent shows como The Voice, American Idol. Rafael critica o papel dos apresentadores nesse tipo de reality show. 

“Há um grande problema, os formatos chegam de lá de fora. Tudo o que vem para o Brasil tem que ser adaptado à realidade brasileira, que é muito única. O brasileiro é o povo mais bem-humorado. O brasileiro olha e fala ‘eu não me identifico’ e para de assistir”, resume ele.

O apresentador acredita que o The Voice esteja indo bem por mostrar a realidade musical brasileira, e por mostrar o melhor das pessoas. “Eu gosto de programas que promovem o melhor das pessoas. E o Got Talent era assim, diferente de Big Brother. A proposta de The Voice me agradou muito porque era um reality show que promovia o brasileiro pelo seu melhor, e não a partir da bunda”, conclui ele. Acompanhe no áudio a entrevista completa.

 

Serviço
Música Divertida Brasileira, com Rafael Cortez e Banda Pedra Letícia
Domingo (21/09), 20h
HSBC Brasil
Rua Bragança Paulista, 1281
Chácara Santo Antônio
São Paulo – SP

 

 

 

 

 

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