“O problema do Brasil é o seu próprio sistema político”, afirma cientista político

  • Por Jovem Pan
  • 08/06/2016 12h56
Divulgação

Colunista da Folha de S. Paulo e do jornal lusitano Correio da Manhã, o cientista político português João Pereira Coutinho participou do Jovem Pan Morning Show desta quarta-feira (8) e comentou sobre o conturbado momento político pelo qual o Brasil passa. O também professor acredita que o maior problema do país é o seu sistema político, que segundo ele é “totalmente disfuncional”. 

Coutinho indica que é de se pensar no Brasil olhando para a figura de primeiro ministro para conseguir acabar com a política de favores, um grande câncer no sistema que em sua opinião é uma porta aberta para a corrupção.

“O Brasil é o problema de seu próprio sistema político, totalmente disfuncional. Tem que aproveitar essa crise pensar num novo sistema. Poderia se pensar na figura de um primeiro ministro. É sempre necessário se fazer diversas parcerias na política brasileira, o que é uma porta aberta para corrupção. Já deu provas de que não funciona”, afirmou.

A repercussão do afastamento da presidenta Dilma, além das diversas notícias sobre a contínua corrupção do atual governo Michel Temer não fazem bem ao Brasil lá na Europa. Coutinho cita a velocidade fora do normal com que notícias sobre a corrupção no país sul-americano chegam por lá, mudando muito de uma hora para outra. Essas “novidades” fazem com que a cobertura não seja grande.

“Nesse momento tem tido pouca cobertura desenvolvida sobre o que acontece no Brasil. É muito difícil acompanhar o grande número de processos, prisões e acusações. Tudo pode mudar em menos de 24 horas”, revelou.

Portugal também não passa por um bom momento em sua história política. Recentemente o ex-primeiro ministro José Sócrates foi preso preventivamente sob acusações de corrupção, o que chocou toda a população lusitana. O professor explica que a partir daí, muitos outros corruptos começaram a cair e o país vem passando por uma revolução.

Sócrates começou a ter seus casos de corrupção ligados ao ex-presidente Lula, com quem ele mantinha um relacionamento estreito. A mídia portuguesa investiga negociações entre os políticos com obras ligadas à Odebrecht e com uma farmacêutica no qual Sócrates é o dono.

“Quando dos escândalos que envolveram Lula, os jornais começaram a fazer essas ligações. A Oderbrecht em primeiro lugar e também o fato do antigo Sócrates estar à frente de uma farmacêutica e as negociações que essa empresa fez com o Ministério da Saúde Brasileiro. Os jornais portugueses estão focados nessas duas ações”, completou.

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