Para cientista político, Temer precisará cuidar bem do "jogo político"

  • Por Jovem Pan
  • 11/05/2016 11h10
Ana Cichon / Jovem Pan

O cientista político Rafael Cortez comentou, no Jovem Pan Morning Show, sobre os desafios do governo Michel Temer, caso se confirme o afastamento da presidente Dilma Rousseff nesta quarta-feira (11). Para ele, será muito importante para o próximo presidente do Brasil cuidar bem do “jogo político”.

“Uma lição que a Dilma teve ao longo do processo é a necessidade de cuidar do jogo político. A gente só chegou aqui porque houve um desgaste dos aliados. Mesmo nos primeiros quatro anos dela, a disputa entre PT e PMDB eram significativas. Houve uma falta de liderança política que pedisse uma troca de governo. O desafio dele será evitar esse mesmo processo. Os atores mudam, agora será PMDB e PSDB”, explicou.

Para o cientista político, a euforia do impeachment deixa nebulosa a realidade da política brasileira, que deve permanecer a mesma com a eventual liderança do PMDB.

Como o impeachment causa euforia, a realidade traz que a política deve permanecer a mesma. Além disso, o Temer tem de um lado a necessidade de que ele vai tentar implementar uma nova forma de fazer política, com ministros mais técnicos e longe da corrupção”, opinou.

Cortez acredita que essa falta de representatividade política foi o calcanhar de Áquiles de Dilma em seu governo. A ex-ministra não conseguiu manter ao seu lado a sua base aliada, perdendo o apoio do partido com maior representatividade no Brasil e com uma oposição que a atacou ferozmente nos últimos anos.

“Foi uma combinação complicada de fatores pro governo e ausência de liderança se fez sentir. Essa relação entre PT e PMDB, que são adversários em vários estados. A eleição do Eduardo Cunha foi fator principal desse processo. O custo das escolhas equivocadas estamos sentindo agora, mas já havia uma deterioração que contribuiu para essa instabilidade”, apontou.

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