Tour em cemitério garante cultura sem sustos, você toparia?

  • Por Jovem Pan
  • 02/11/2015 13h17
Jovem Pan

Um local onde é possível conhecer sobre a história de diversas personalidades brasileiras como Mario de Andrade, Tarsila do Amaral, Monteiro Lobato e Líbero Badaró. Além de conferir de perto o trabalho de artistas renomados como o escultor Victor Brecheret e o arquiteto Ramos de Azevedo. Não estamos falando de um museu, e sim do Cemitério da Consolação, em São Paulo.

A mais antiga necrópole da cidade, o cemitério foi fundado em 1858 e reúde cerca de 300 esculturas, por isso, a administração do local criou o Roteiro de Arte Tumular, que convida as pessoas a conhecerem essas obras e um pouco mais da história do cemitério. O ex-coveiro e atual guia do roteiro, Francisvaldo Almeida Gomes, participou do Morning Shows desta segunda (02).

Popó, como é conhecido, começou a trabalhar no local como sepultador. “Entrei em 2000 e tive o privilégio de conhecer meu administrador que era historiador da cidade de São Paulo. Ele que me ensinou a amar a cidade através do cemitério”, afirma. Segundo ele, entre os túmulos mais procurados pelos turistas, estão os de Paulo Machado de Carvalho, Mário de Andrade, Líbero Badaró, Tarsila do Amaral, Conde Francisco Matarazzo e Manoel Ferraz de Campos Sales. Para se ter uma ideia, o imponente mausoléu da família Matarazzo é o maior da América do Sul e equivale a um prédio de três andares. 

Esses atrativos ajudam Popó a desmitificar a cultura do “medo” que boa parte da população possui em relação ao local. “As pessoas parecem que têm medo de visitar o cemitério, usam somente o dia 2 de novembro para isso”, diz. “É um lugar tranquilo, onde se pode ler um livro.”

Uma das visitantes assíduas do local, e amiga de Popó, é a autora Maria Adelaide Amaral. A dramaturga afirma conhecer o cemitério de ponta a ponta. “Visitar o Cemitério da Consolação é uma reflexão pra ela. É um convívio ótimo, uma leitura. É como se fosse um livro de história”, explica.

Falar sobre a morte é algo tão natural para o ex-coveiro que, à bancada de Edgard Piccoli, ele diz que já pensou no seu próprio epitáfio: “Hoje estudo a morte para melhor compreender a vida”.

O tour é gratuito e realizado durante o dia. Por enquanto, apenas turmas privativas são realizadas no período noturno. Segundo Popó, a administração do cemitério também estuda criar visitas noturnas no ano que vem. 

 

 

 

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