CEO da Confederação Brasileira de Rugby aponta falta de líderes mulheres em entidades esportivas

Mariana Miné foi uma das entrevistadas do programa ‘Mulheres Positivas’ desta segunda-feira, 21; time feminino embarcou para Olimpíadas de Tóquio

  • Por Jovem Pan
  • 21/06/2021 17h03
Confederação Brasileira de Rugby/Divulgação Mariana Miné Miné trabalhou em grandes empresas antes de entrar no mundo dos esportes

O programa “Mulheres Positivas“, da Jovem Pan, trouxe nesta segunda-feira, 21, como convidada da apresentadora Fabi Saad, a CEO da Confederação Brasileira de Rugby, Mariana Miné, e a jogadora Haline Scatrut. As duas fazem parte de uma série de entrevistas em clima de Olimpíadas feitas em parceria com a TIM. Miné, que é administradora, casada e tem dois filhos, concilia a vida pessoal com a profissional e teve uma longa carreira em cargos executivos de empresas e como empreendedora. Ela sempre considerou a mistura do mundo corporativo com o dos esportes como positiva. “Eu estava do outro lado da mesa, cuidando de marcas e avaliando potenciais parceiros das minhas marcas para investir, então eu acho que eu tenho uma clareza muito maior agora do que um potencial patrocinador nosso quer quando se alia a uma entidade esportiva. Nesse sentido eu entendo como tenho condições de criar valor para essas marcas, para esses parceiros”, afirmou.

Primeira CEO mulher da confederação, Miné acredita que não há políticas corporativas suficientes nas entidades esportivas para inclusão de pessoas do sexo feminino, mas aponta que a modalidade feminina do rugby é recente e que o esporte tem trabalhado para equiparar as equipes. “Quando você compara com outras entidades esportivas no Brasil, você não vê mulheres na liderança, seja no cargo de presidente, CEO ou diretores de primeira linha. Elas são super pouco representadas. Eu acredito com toda força que as entidades esportivas têm que abrir o olho para isso, porque esse assunto é muito relevante para o mundo, para a comunidade do esporte, seja formada por torcedores, atletas ou patrocinadores”, disse. Como mensagem para aquelas meninas que desejam sair de um universo limitado e estereotipado de possibilidades e investir em carreiras como a de CEO ou até mesmo de jogadora de um esporte, ela lembra da necessidade de ir atrás das vontades: “Que elas sonhem e corram com muita garra atrás de tudo que elas querem, com bastante força, com bastante gana, com bastante garra, sem se limitar”, aconselhou. Ela disse, ainda, que é a prova viva de que não é necessário você escolher entre a carreira e a família, conseguindo conciliar ambos.

Haline Scatrut é filha de uma educadora física e sempre foi inspirada pela mãe a praticar exercícios. Ela entrou no rugby em 2011 por influência do padrasto, que era jogador da modalidade. Quando teve contato direto com jogadoras da seleção brasileira do esporte, começou a alimentar o sonho de ser uma delas. “Dois anos depois que comecei a praticar, eu tive a oportunidade de ir para o Curitiba e fui fazer testes para poder entrar na universidade e praticar o rugby lá”, afirmou. Ela entrou na faculdade de educação física, fez dois anos de curso, se mudou para jogar e chegou até a empreender em um restaurante, o que ela considerou como essencial para fazer parte de um esporte coletivo. Como atleta, se mudar para uma cidade diferente e ficar longe da família foi um dos momentos mais difíceis da carreira. “Não é aquele aconchego de casa, quando você precisa de um colo e fala ‘caramba, minha mãe está a 500 quilômetros daqui, eu não vou conseguir encontrar ela hoje e vai ser difícil para mim. Mas também poder ter o apoio das amigas foi muito importante”, afirmou.

A atleta considera o rugby não apenas uma ferramenta de esporte, mas também de educação. “Acredito muito que se a gente começar esse projeto dentro das escolas, desenvolvimento de base, é onde a gente vai começar a captar, fazer com que mais pessoas conheçam e façam prática do esporte para que ele seja mais conhecido dentro do nosso país”, disse. Como mulher admirável, Mari Miné citou a ex-primeira dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, a atleta Haline Scatrut e lembrou da jogadora Júlia Sardá, da seleção brasileira de rugby.

Confira o programa “Mulheres Positivas” desta segunda-feira, 21, na íntegra:

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