Luiza Trajano revela por que os 20 anos como vendedora foram os mais importantes da carreira

Presidente da Magazine Luiza coordena campanha para otimizar vacinação no país e foi convidada do programa ‘Mulheres Positivas’ desta segunda-feira

  • Por Jovem Pan
  • 22/02/2021 17h51 - Atualizado em 22/02/2021 17h52
Fórum Econômico Mundial / Divulgação Empresária Luiza Trajano no Fórum Econômico Mundial Luiza Trajano é a presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza

Referência para muitas das entrevistadas do programa Mulheres Positivas, da Jovem Pan, a convidada da apresentadora Fabi Saad desta segunda-feira, 22, é Luiza Trajano, da Magazine Luiza. A CEO encabeça o movimento “Unidos pela Vacina”, que com apoio do grupo Mulheres do Brasil pretende acelerar a logística do processo de vacinação em todo o país. “É impressionante, todos os dias a gente recebe milhares de pessoas dizendo ‘a gente quer estar junto’, empresas, institutos… Não tem outra forma, gente, é a vacina que vai aliviar a saúde e a economia”, analisa. Entre os trabalhos desenvolvidos pelo comitê, formado no mês de janeiro, está a conversa direta com as prefeituras de cidades brasileiras para saber o que é necessário para vacinar. “É seringa? É crachá? É agulha? É geladeira? O que é que vocês precisam para vacinar?”, questionou. Ela lembra que, além do setor logístico da Magalu, outras opções de transportes são fornecidas para ajudar na garantia da imunização para os brasileiros. Para a empreendedora, é essencial parar de buscar culpados pela crise do coronavírus e tentar pensar em quais opções estão disponíveis no horizonte.

A CEO defende que os 20 anos que passou como vendedora atrás do balcão de uma loja foram os mais essenciais para a formação da carreira dela. “Todo ano que começa uma nova turma de trainee eu falo com eles antes de tudo. Eles têm que ficar três meses nas lojas sem vir para o escritório. Eu falo: ‘Olha, vocês saíram de uma ótima faculdade, vocês tiveram uma teoria muito boa, mas vocês vão ficar em um lugar, que é na ponta da loja. Lá não tem glamour, lá não tem muito luxo, lá não tem rotina, lá não tem tanto conforto como vocês têm nesse escritório lindo, mas é lá que acontecem as coisas. Vivam intensamente, aprendam o que é empatia’. Quando você trabalha na ponta, você convive com gente de todos os tipos, todos os comportamentos, tudo. Empatia é você trocar de papel com o mundo do outro”, afirmou. Para ela, lidar com pessoas de nível social, raça e cor diferente foi essencial para aprender o que é diversidade e trabalhar com a área do comércio.

Às mulheres que querem começar a executar seus planos de carreira, Luiza Trajano falou do estilo de gestão das atuais startups mundiais, que colocam as ideias traçadas em prática rapidamente e as redirecionam caso elas não funcionem. “Se você tem uma ideia, põe ela na prática. Por mais projetos que vocês façam, quando vocês põem eles na prática, não vai dar tudo certo. Vai acertando, vai fazendo. O medo é relativo até a hora que você começa a fazer”, analisou. Ela lembra que não ligar para errar é importante para ter sucesso na carreira. “Só tem uma coisa: eu detesto errar a mesma coisa duas vezes. Eu dou espaço para novos erros”, disse. Manter a origem e a essência, assumindo a própria história também, foram fatores essenciais apontados por ela no caminho do sucesso.

Violência contra a mulher

Outra iniciativa feita por Trajano com base em acontecimentos do dia a dia do país foi a criação do projeto “Mete a colher em briga de marido e mulher”, uma linha interna para que funcionárias denunciassem violências sofridas dentro de casa. “Eu até sabia que a cada duas horas morria uma mulher, eu frequentava as reuniões, eu ia em debates, mas até que a gente perdeu uma gerente em Campinas com 37 anos, 17 anos de companhia, com o filho do lado a canivetadas. Mais uma vez eu, como foi com a vacina, eu falo: ‘Gente, eu não posso ficar de braços cruzados, indo em reuniões e só sabendo disso’. Aí eu resolvi lançar uma linha na empresa e hoje salvamos muitas vidas”, afirmou. Para ela, abrir as portas da empresa para as vítimas foi uma forma de intimidar os agressores, que agora sabiam que as esposas tinham um apoio para sair da situação de violência.

Como mulher que admira, Trajano lembrou da influência da tia e da mãe na criação dela. “Da minha tia, eu nunca escutei ‘eu não tenho dinheiro’, ‘eu não posso’ e ‘tem crise no país’. É sempre ‘o trabalho resolve’. Eu não tive esse espírito de que a gente não era capaz de fazer as coisas. A minha mãe, apesar de eu ser filha única, ela me ensinou que a solução está dentro de mim. Eu chegava reclamando da professora, ou de um colega, ou do trabalho e ela falava ‘você resolve, vai lá e pensa diferente para você conseguir’”, lembrou. Questionada sobre as vezes em que já descartou tentar ser presidente do Brasil, Trajano lembrou que é apaixonada pelo país e se sente feliz de ver em vida a sociedade unida por um bem em comum. “Eu recebi muito carinho pelo ‘Unidos pela Vacina’, é impressionante o tanto que nós estamos recebendo, acho que a sociedade civil está entendendo que a gente precisa se unir. É a maior recompensa que eu tenho. Você já viu eu falar, ‘só uma sociedade civil unida muda o país’, você já ouviu eu falar isso várias vezes e isso está acontecendo”, afirmou. ”Esse vírus é o único inimigo que nós temos. Nós não temos outro inimigo. A gente tem que vencer, juntos”, pontuou.

Confira o programa “Mulheres Positivas” desta segunda-feira, 22, na íntegra:

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.