‘Privatização pode ajudar a diminuir os preços de produtos rurais’, diz ministra Tereza Cristina

Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento foi entrevistada do programa ‘Mulheres Positivas, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 15

  • Por Jovem Pan
  • 15/03/2021 18h48
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo Mulher de cabelos curtos e óculos com armação grossa fala em microfone diante de um fundo azul Tereza Cristina é a atual ministra da Agricultura do Brasil

A entrevistada do programa “Mulheres Positivas”, da apresentadora Fabi Saad, desta segunda-feira, 15, é a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. Coordenando o setor que sustenta a balança comercial do Brasil, garantindo a exportação de alimentos para boa parte do mundo e abastecendo o país mesmo em tempos de pandemia, a ministra conta que o sucesso atual do agronegócio brasileiro não aconteceu do dia para a noite. “Foram decisões lá atrás onde o Brasil resolveu deixar de ser um importador líquido de alimentos para ser um grande produtor e exportador”, explicou. Nesse período, segundo a ministra, muita tecnologia foi investida até que o país se tornasse uma potência agroambiental.

“Na pandemia, quando nós tivemos a primeira pessoa infectada pelo coronavírus, foi em março do ano passado, nós tivemos um pouquinho mais de tempo para nos planejar”, lembrou. A criação de um comitê junto a outros ministérios para traçar possibilidades diante da chegada da pandemia, a colheita de uma safra recorde e a transformação da atividade agropecuária como essencial foram alguns dos fatores acumulados para mitigar os riscos da doença para o setor no país. “A safra saiu de dentro da fazenda, foi transportada pelos caminhoneiros, foi levada aos vários centros de processamento e também aos vários portos brasileiros para que fossem exportadas para suprir os nossos parceiros comerciais”, recordou. Depois disso, uma série de ajustes externos e internos foram feitos para que os pequenos produtores rurais não fossem prejudicados.

Questionada sobre os processos de privatização de serviços ferroviários, portos e armazenamento, a ministra considerou que todos são importantíssimos e estudados pela Infraestrutura desde o início do governo. Ela lembrou da importância das linhas ferroviárias para o transporte de grãos e da necessidade de diversificar as formas de escoamento dos produtos para o país. “Quanto mais você tiver ferrovias e hidrovias funcionando, você tira o caminhão da estrada, ele faz um período mais curto para levar esse produto da fazenda até os hubs de logística, mas você terá um transporte muito mais barato e eficiente deixando mais renda para o produtor rural e também deixando o produto mais barato”, afirmou. A expectativa da ministra para o ano que se inicia é positiva.

“O ano de 2021 será um ano para a agricultura e para a pecuária brasileira tão bons quanto foi 2020. Nós vamos, se Deus quiser, todas as estimativas nos levam a ter outra super safra de grãos”, estimou. Além da produção para dentro do Brasil, a exportação para os parceiros comerciais deve ser boa tanto para a agricultura quanto para a pecuária. Para as mulheres agrônomas, a ministra lembra da importância de acreditar. “Eu acho muito importante que vocês acreditem no que estão fazendo, acreditem que o Brasil é uma potência agro ambiental, que vocês têm aí um mundo ainda para se descoberto na ciência, na tecnologia, nos mais diversos produtos”, afirmou.

História

Quando decidiu estudar agronomia, há mais de 40 anos, a ministra se deparou com um mundo majoritariamente masculino. Ela abraçou o trabalho direto na produção do campo e vê o aumento da inclusão de mulheres e jovens no setor. “Não vejo muita diferença entre homem e mulher. Acho que as mulheres competentes, e que se dedicam, talvez a gente tenha que se dedicar um pouco mais do que os homens para nos ouvirem, para saber o que a gente pensa, para mostrar o nosso trabalho… Mas depois de um tempo eu acho que não se tem muita diferença”, afirmou. Ao longo da carreira, ela viveu poucos preconceitos, parte deles concentrados no começo da sua vida profissional dentro da fazenda. “Eu acho que o lugar onde eu tive mais preconceitos foi na política. Acho que o mundo da política, como deputada federal, talvez eu tenha tido mais preconceito do que no mundo da fazenda, no mundo rural”, refletiu. Como livro importante para a reflexão, a ministra indicou a produção “Agro é Paz”, do ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues. Como produção audiovisual, ela lembrou da série ‘Borgen’, que conta a história de uma primeira-ministra da Dinamarca e mostra as dificuldades que podem ser encontradas dentro do mundo da política. Entre as muitas mulheres que admira, Tereza Cristina lembra do papel firme da primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel.

Confira o programa “Mulheres Positivas” desta segunda-feira, 15, na íntegra:

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