‘Rastreio do câncer de mama caiu abruptamente na pandemia’, diz médica

Caroline Reigada e Izabella Borges, convidadas do programa ‘Mulheres Positivas’, da Jovem Pan, alertam sobre o autocuidado feminino durante a Covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 22/03/2021 19h29
Mulheres Positivas/Youtube/Reprodução de vídeo Três mulheres vestindo roupas brancas e sentadas em torno de uma mesa diante do nome 'mulheres positivas' em preto sobre tela rosa A apresentadora Fabi Saad e as convidadas Izabella Borges (no meio), advogada criminalista e idealizadora do projeto Sentinelas, e Caroline Reigada (à direita), médica intensivista e nefrologista do Hospital das Clínicas

As entrevistadas da apresentadora Fabi Saad no programa “Mulheres Positivas“, da Jovem Pan, desta segunda-feira, 22, são a médica intensivista e nefrologista do Hospital das Clínicas Caroline Reigada e a advogada criminalista e idealizadora do projeto Sentinelas Izabella Borges. As duas aproveitam o mês das mulheres para, de formas diferentes, falar da importância do autocuidado na vida feminina, seja para buscar ajuda e sair de uma relação de abuso ou para cuidar da saúde física e mental em um momento tão desafiador para o mundo, com a pandemia da Covid-19. Intensivista, a médica Caroline Reigada lembra que, mesmo no meio da pandemia, não é o momento de se esquecer dos cuidados básicos de prevenção à saúde. “A mulher ainda pode sofrer mais em termos de saúde em relação ao Covid, por desmarcação de consultas que acontecem. O rastreio do câncer de mama, por exemplo, reduziu abruptamente nessa pandemia”, exemplificou, ao lembrar da falta de estruturação do serviço básico de saúde para cuidar de outros casos que não sejam o novo coronavírus. Ela lembra que, seja pela “flexibilização” dos cuidados básicos de saúde após tanto tempo de pandemia ou pelas aglomerações nas festas de fim de ano, os hospitais têm recebido mais pacientes adoecendo e com manifestações mais graves do vírus.

A vulnerabilidade da saúde não é a única sofrida pela mulher diante da pandemia. Há também aquelas que estão mais expostas à violência doméstica e com a saúde psíquica familiar à prova por terem que cuidar dos filhos, lidar com empregos ou com a iminência da vulnerabilidade social pelo desemprego, além de manter a casa funcionando diante de uma estrutura patriarcal “que deixa implícito que a mulher deve servir o seu marido”. “Esse é um dos maiores fatores de reprodução de violência doméstica, a objetificação da mulher”, afirmou Izabella Borges. Ela lembra que é comum na vida das mulheres o incentivo para que elas sejam bonitas e “serventes” das vontades alheias desde a infância até a vida adulta, criando um ciclo de difícil mudança.

Para as duas especialistas, a comunicação não violenta é uma ferramenta essencial para a mudança no mundo, sendo importante passar para os filhos, outros familiares e amigos formas empáticas de se relacionar no mundo,  o que serve não só para relações afetuosas, como também para relações de trabalho e do dia a dia. Como livro admirável sobre o assunto, a advogada Izabella Borges lembrou da produção “Comunicação Não Violenta”, do advogado Marshall Bertram Rosenberg; como mulher inspiradora, ela lembrou de Agatha Christie e como filme memorável ela citou “O Poderoso Chefão”. Como outra obra memorável, a médica Carol Reigada indicou “Médico de Homens e Almas”, que conta a história de São Lucas como médico. No audiovisual, a médica indicou o filme “A Lista de Schindler” e como mulher inspiradora ela lembrou de Margareth Tatcher.

Confira o programa “Mulheres Positivas” desta segunda-feira, 22, na íntegra:

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