Representante do Brasil nas Olimpíadas recusou transplante para manter carreira no taekwondo

Convidado do programa ‘Mulheres Positivas’, Ícaro Miguel, de 24 anos, acredita que trará medalha de ouro de Tóquio para o Brasil em 2021

  • Por Jovem Pan
  • 12/07/2021 13h06
Washington Alves/Comitê Olímpico Brasileiro Ícaro Miguel lutando taekwondo Ícaro Miguel tem o sonho de trazer medalha de ouro para o Brasil

O programa “Mulheres Positivas“, da Jovem Pan, traz como convidado da apresentadora Fabi Saad nesta segunda-feira, 12, mais um atleta embaixador da TIM que vai representar o Brasil nas Olimpíadas de 2021: Ícaro Miguel, lutador de taekwondo. Vice-campeão mundial, o mineiro de 24 anos supera a deficiência no olho direito e atravessa a sua melhor fase vendo na ida a Tóquio a conquista de um sonho e a tradução da sua resiliência. “Sonho com essa medalha”, afirmou. Ele perdeu a visão em um dos olhos aos seis anos após um acidente doméstico, quando a mãe confundiu um frasco de amônia com água boricada e pingou a substância no olho dele, causando queimaduras extensas na córnea e no rosto do menino. Poucos anos após o incidente, os médicos propuseram um transplante de córnea para Ícaro, mas os pais dele decidiram que o jovem seria responsável por optar ou não pela cirurgia no futuro.

Aos nove anos, ele iniciou a carreira de atleta com apoio dos pais. “Para mim, a solução para esta cegueira seria um transplante de córnea, mas eu preferi não fazer e continuar no esporte, porque caso eu fizesse o transplante, minha carreira teria que ser interrompida definitivamente”, afirmou. A decisão de não optar pelo transplante de córnea na vida adulta foi a mais difícil da vida dele, já que o atleta tinha recuperado parcialmente a visão do olho na adolescência, mas voltou a perdê-la gradativamente quando já era atleta. “Eu enxergava 80% e aí a minha visão em coisa de um mês, dois meses, eu passei a enxergar 10%”, recordou. A resiliência é considerada por ele como aliada para as conquistas que já teve na vida.

A influência da mãe, que afirmava que na vida não há nada difícil, foi responsável por alimentar o sonho olímpico. “Com 10 anos de idade eu já afirmava que seria campeão olímpico. Ainda não sou, mas fiz a vida toda o possível para poder alcançar isso e acredito que nós temos condições”, recordou. O pai de Ícaro, que falava que “nada é impossível para aquele que se atreve a escalar as alturas”, também reforçou o sonho. A rotina em busca da medalha é controlada com alimentação, treinos e horários regrados. O atleta treina de quatro a cinco horas por dia e precisou perder sete quilos para conseguir se classificar para os jogos. Ele é noivo de Raiany Fidelis, que também é atleta do taekwondo, e ambos contam um com o outro para ter motivação em busca do sonho olímpico. Ela foi um dos principais pilares de Ícaro no período de adaptação dele após optar por não fazer o transplante de córnea. “Ela estava comigo mesmo depois de treinar, de cumprir o que precisava fazer no dia. A nossa relação de atleta, de relacionamento, é realmente de parceria”, avaliou. Como um livro inspirador, o atleta cita a obra “Pai Rico e Pai Pobre”, considerando que o empreendedorismo e a carreira no mundo dos esportes têm muita ligação. Como uma mulher inspiradora, ele lembra de todas aquelas que estão ao redor dele, principalmente da irmã, Brisa, que cuida do sobrinho dele diagnosticado com microcefalia. “Eu vejo a luta diária que ela tem”, afirmou.

Confira o programa “Mulheres Positivas” desta segunda-feira, 12, na íntegra:

 

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