‘Todo mundo falava que não seria possível’, lembra Ana Patrícia, de malas prontas para a Olimpíada

Atleta do vôlei de praia do Brasil foi convidada do programa ‘Mulheres Positivas’ desta segunda-feira, 14

  • Por Jovem Pan
  • 14/06/2021 19h14
Ana Patrícia e Rebecca/Instagram/Reprodução Mulher jogando vôlei Ana Patrícia é uma das atletas classificadas para as Olimpíadas de Tóquio

Entrando em clima de Olimpíadas, o programa “Mulheres Positivas“, da Jovem Pan, traz nesta segunda-feira, 14, com apoio da TIM, a convidada Ana Patrícia, do vôlei de praia, que fala sobre trajetória nos esportes e a resiliência desenvolvida ao longo dos anos. A atleta entrevistada por Fabi Saad se considera “escolhida pelo esporte” e lembra da afinidade que teve com a área desde a infância. “Acredito muito que nasci para fazer isso. Desde criança, nunca soube falar qualquer outra coisa quando me perguntavam eu ia ser quando eu crescesse”, recordou. No esporte profissional desde os 16 anos, a esportista, hoje com 23, começou no futebol, foi descoberta no handebol e sempre sentiu o preconceito na pele, tanto por participar de competições compostas majoritariamente por homens quanto por ter mais de 1,90 metro. “Tinha sempre aquele olhar de preconceito, de que mulher não pode estar fazendo o que o homem faz, futebol é coisa de homem, não de mulher… Então, foi uma coisa muito viva para mim, desde a infância, mas eu gostava tanto, a sensação de estar jogando e a alegria que eu tinha eram tão maiores que por muito tempo tudo isso passou batido”, explicou.

Ainda assim, a atleta não tem dúvidas de que usou todo o preconceito que sofria como combustível para sua carreira. “Hoje em dia, eu só tenho na minha cabeça que preciso usar tudo o que aconteceu na minha vida para ajudar outras pessoas que passam por essa mesma situação, que às vezes não conseguem ter o amparo que precisam, não conseguem falar sobre isso”, afirmou. Ana Patrícia lembra que aqueles que têm o sonho de se tornar atletas devem acreditar e trabalhar para isso, mesmo diante de obstáculos e de pessoas que possam atrapalhar. “Todo mundo sempre falava para mim que Tóquio não ia ser possível, que eu ainda era muito crua, que eu ainda tinha que vivenciar muitas coisas, e em partes eu até concordo, mas sempre tive ali na minha cabeça uma voz que dizia ‘vai dar, vai dar’. E hoje, graças a Deus, só reforço ainda mais esse meu pensamento de que, quanto mais a gente acredita e mais trabalha em prol de alguma coisa, mais real ela vai se tornar.” Ela recorda que não tinha noção do peso de uma Olimpíada há alguns anos. Após entender o que significa o evento para a carreira de um atleta, esse tornou-se o maior foco de sua vida.

Fazendo dupla com Rebecca há quatro anos, Ana passa mais tempo com a colega, que embarcará para o Japão com ela, do que com a própria família. Como em toda relação profissional, as duas têm seus espaços individuais e passam por problemas comuns do dia a dia. “Sempre agradeço muito porque a gente passou por muitas coisas, e sempre as superamos juntas. Até nas dificuldades a gente se abraçou”, lembra. O caminho em busca do sucesso profissional foi sempre traçado com a certeza de que as duas estavam unidas no enfrentamento de todas as intempéries. Por causa de medidas restritivas, elas atravessaram um período sem treinar em um local apropriado, mas articularam formas de manter o condicionamento físico e agora estão imunizadas e com malas prontas para buscar uma medalha para o Brasil. Como livro para Mulheres Positivas, a atleta indica a obra “Para Você Que Teve um Dia Ruim”; o filme indicado é “Até o Último Homem”, que tem uma mensagem de empatia e de fidelidade a valores; como mulher admirável, ela recorda de Larissa França, também do vôlei de praia.

Confira o programa “Mulheres Positivas” desta segunda-feira, 14, na íntegra:

 

 

 

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