Vice-presidente da Oracle explica por que trocou a medicina por carreira em ciências da computação

‘Cada um tem seu caminho e gera valor de formas diferentes’, aconselhou Kadu Lopes em entrevista ao Mulheres Positivas

  • Por Jovem Pan
  • 23/05/2022 16h07 - Atualizado em 24/05/2022 00h40
Reprodução/Jovem Pan News Kadu Lopes Kadu Lopes foi a convidada do programa Mulheres Positivas desta semana

O programa Mulheres Positivas desta semana recebeu Kadu Lopes, vice-presidente da Oracle, multinacional de informática e tecnologia. Em entrevista a Fabi Saad, ela revelou que, antes de optar seguir a carreira em ciências da computação, cursou medicina por um ano. “Medicina realmente era um sonho, por acreditar que isso fazia sentido. Coloquei na cabeça que seria médica. Com 17 anos, entrei na faculdade”, contou. “Minha família não tinha posses, estudei em escola pública e comecei a fazer provas para estudar nos melhores colégios particulares. Tanto medicina quanto ciência da computação foram em escolas públicas. Fiz um ano e meio na Universidade Estadual de Londrina, dei um passo maior que a perna para uma menina de 17 anos. Depois, desisti da faculdade. Passei em ciências da computação. Nunca tinha sentado na frente do computador. Meu pai juntou as economias e comprou um. Não posso dizer que meus olhos brilhavam com tudo aquilo, 25% eram mulheres. Fiz Unesp, era dentro do campus de engenharia.”

Antes de consagrar sua carreira na Oracle, Kadu passou pela IBM, mas não se identificou com o cargo que ocupou. “Fui trabalhar na IBM, no meu horizonte era o melhor emprego que eu poderia ter. Depois de um ano e meio, não estava encaixada na dinâmica, de alguma forma não tinha significado. Durante os três primeiros meses, eu estudei muito, mas não me identifiquei”, disse. “Decidi sair para trabalhar numa empresa recém chegada no Brasil, onde estou até hoje. Ninguém entendia o motivo da minha decisão. Eu decidi crescer com ela no Brasil e eliminei as conversas de quem não queria que eu tomasse a minha decisão.”

Se Kadu pudesse dar uma dica sobre sonhos, diria que toda trajetória é singular, independentemente dos resultados. “Se você não está feliz, não paralise. Dê um passo para o lado e caminhe, você vai encontrar o seu caminho. Dentro da minha vida, em 27 anos numa empresa de tecnologia, não tem certo ou errado. Cada um tem seu caminho e gera valor de formas diferentes”, aconselhou “Acredito que estou gerando valor para as pessoas que estão lá. Talvez, a motivação de buscar somente um crescimento salarial não necessariamente é aquilo que vai te fazer feliz para aguentar viver a vida toda. Eu, efetivamente, estou feliz. Cheguei a questionar se eu estava no lugar certo.”

Como livro, Kadu Lopes indicou “Guerreiros Não Nascem Prontos”, do autor José Luiz Tejon. Segundo ela, uma obra que inspira mulheres com carreira em ascensão. Como filme, ela trouxe o vencedor do Oscar, “CODA”, dirigido por Sian Heder. Como mulher positiva, Lopes relembrou a trajetória de Marta, jogadora de futebol. “Eu tenho muita vontade de conhecê-la. Uma mulher brasileira de quem eu acredito na postura, leva o nome do nosso país de uma forma muito positiva num contexto masculino.”

Confira na íntegra a entrevista com Kadu Lopes:

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