Caio Carvalho: “A cidade boa para o turista é a cidade boa para o cidadão que nela vive”

Na entrevista, o atual diretor executivo do Canal Arte1 comenta, entre outros temas, as carências e os avanços do país na área da economia criativa, no campo da cultura e no turismo

  • Por Branca Nunes
  • 12/03/2020 15h40 - Atualizado em 12/03/2020 15h45
Divulgação O turismo interno cresceu com medidas como a flexibilização de tarifas aéreas

Ministro do Esporte e Turismo no governo Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da Embratur e da SPturis, Caio Luiz de Carvalho é uma das maiores autoridades nacionais na área de turismo. Nesta entrevista ao programa Perguntar Não Ofende, o atual diretor executivo do Canal Arte1 comenta, entre outros temas, as carências e os avanços do país na área da economia criativa e no campo da cultura. Confira alguns trechos da entrevista.

“São Paulo é uma cidade criativa e trabalhei muito isso quando fui presidente da SPturis. A praia de São Paulo é a cultura. O Ruy Ohtake costuma dizer que, se o Rio de Janeiro foi feito pelas mãos de Deus, São Paulo foi feito pelas mãos do homem. O grande ativo de São Paulo é a arte”.

“Sou contra um Ministério do Esporte. Acho que a pasta deve estar ligada ao Ministério da Educação. Escrevi um artigo com o título “Medalha é consequência” para mostrar a importância de se fazer um trabalho de base, mostrar a importância da atividade física desde a infância. Na área cultural é a mesma coisa”.

“O turismo interno cresceu bastante desde 2002 com uma série de medidas, como a flexibilização de tarifas, mas o externo não. Em 2000, pouco mais de 5,3 milhões de turistas estrangeiros visitavam o país. Em 2001, ficamos em torno de 5 milhões. Passados 18 anos e com a promessa de chegarmos a 12 milhões, estamos hoje com 6,5 milhões. Com a atual realidade do transporte aéreo, será preciso conseguir uma nave espacial para trazer turistas para cá”.

“Precisamos investir nos turistas turismo sul-americanos. Perdemos as chances de fidelizar esses visitantes surgidas com a Copa do Mundo e a Olimpíada. Não temos um investimento sério para aproveitar esse mercado que está aqui ao lado”.

“A cidade boa para o turista é a cidade boa para o cidadão que nela vive”.

“Se, no Brasil, nem o brasileiro consegue conhecer direito o seu país, fica muito mais difícil trazer o estrangeiro”.

“O Brasil tem lugares maravilhosos para se visitar. Por exemplo: quando Eleanor Roosevelt viu as Cataratas do Iguaçu, ela disse: “Poor Niagara” (“Pobre Niágara”, em português).

“Educação, cultura, esporte e saúde precisam andar juntos. São quatro ministérios que podem beneficiar bastante gerações futuras. Hoje, na área cultural, vivemos um conflito. É hora de superar o passado e buscar a união. Precisamos acabar com os antagonismos que não levarão a nada”.

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