Presidente do Chile pede que América Latina reconheça guerra na Ucrânia: ‘Amanhã poderá ser qualquer um de nós’

Durante discurso na Cúpula CELAC-UE, líder chileno disse que se declaração conjunta está travada, é porque alguns países não dizem claramente o que realmente está acontecendo no Leste Europeu

  • Por Jovem Pan
  • 18/07/2023 16h36 - Atualizado em 19/07/2023 11h00
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Emmanuel DUNAND / AFP gobriel boric na cupula celac-ue Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, o presidente do Chile, Gabriel Boric, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, posam ao chegar para o primeiro dia de uma cúpula da União Européia-Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (UE-CELAC)

O presidente do Chile, Gabriel Boric, fez um forte depoimento nesta terça-feira, 18, em relação à Guerra na Ucrânia durante sua fala na Cúpula CELAC-UE. O falou que a declaração conjunta está travada porque alguns países da América Latina não reconhece, que há uma guerra no Leste Europeu. “Acho que é importante que a América Latina diga claramente que o que acontece na Ucrânia é uma guerra de agressão imperial, inaceitável, onde se viola o direito internacional. Entendo que a declaração conjunta está travado hoje porque alguns não querem dizer que há uma guerra contra a Ucrânia”, falou, mandado um recado para os parceiros. “Estimados colegas, hoje é a Ucrânia, mas amanhã poderia ser qualquer um de nós. Por isso não podemos hesitar por complacência”, acrescentou, enfatizando que para dar andamento com o acorde preciso que a América Latina diga claramente o que acontece na Ucrânia.

No primeiro dia do encontro houve divergências em relação à guerra na Ucrânia. A citação do conflito, ofuscou temas como os acordos comerciais, incluindo a demorada negociação com o Mercosul, uma reforma na composição do sistema financeiro internacional, a mudança climática e a transição energética. Na segunda-feira, 17, durante sua fala, o presidente do Brasil. Luiz Inácio Lula da Silva, reiterou que o país repudia veementemente o uso da força como meio de resolver disputas”, disse, lembrando que o Brasil “apoia as iniciativas promovidas por diferentes países e regiões em favor da cessação imediata de hostilidades e de uma paz negociada”. “Recorrer a sanções e bloqueios sem o amparo do direito internacional serve apenas para penalizar as populações mais vulneráveis”, ressaltou Lula, referindo-se a medidas adotadas por várias potências, incluindo a UE.

Boric também aproveitou o momento para falar que houve um avanço “no multilateralismo, na democracia, nos Direitos Humanos e na transição energética. América Latina, Caribe e Europa, trabalhando de igual para igual para um maior bem-estar de nossos povos!”, escreveu em sua conta oficial no Twitter. Na cúpula, o líder do Chile falou que é necessário que desde a Europa se veja e entenda a América Latina e o caribe omo sócios iguais em condões de igualdade. “É fundamental algumas questões básicas. Colocamos em acordo pelo menos duas coisas: respeito irrestrito aos direitos humanos como avanço civilizatório independente da cor e do governo que está no poder. Segundo: respeito irrestrito aos direitos internacionais”, disse, especificando que em seu país está em avanço construir como um aporte a transição energética, climática, na luta contra mudança climática com a exportação de lítio, hidrogênio verde, cobre, mas com a perspectiva de criar valor agregado também em nosso país e região, “não somente ser uma fonte de matérias-primas, e sim criar riquezas para distribuir de maneira mais justa a riqueza ente o nosso povo”, disse Boric. A reunião entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) está sendo realizada em Bruxelas. A cúpula teve duração de dois dias e será finalizada nesta terça-feira, 18. O encontro foi o primeiro entre os dois blocos e pretende estabelecer um roteiro para a relação entre a UE e os 33 países que integram a Celac.

 

 

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