Onda de assaltos assusta moradores em rua de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo
Crimes seguem um padrão recorrente: assaltantes em motos ou bicicletas, muitas vezes armados e disfarçados de entregadores; em 2025, a via de apenas 1 km de extensão contabilizou 33 roubos e 12 furtos de celulares
A Rua Joaquim Antunes, localizada no bairro de Pinheiros, em São Paulo, registrou um alarmante crescimento no número de roubos e furtos, gerando medo e alterando a rotina dos moradores. O local, agora apelidado de “Rua do Medo”, tornou-se um dos endereços mais perigosos da capital. Em 2025, a via de apenas 1 km de extensão contabilizou 33 roubos e 12 furtos de celulares. Os crimes seguem um padrão recorrente: assaltantes em motos ou bicicletas, muitas vezes armados e disfarçados de entregadores, abordam as vítimas. O principal alvo são os celulares, especialmente de uma marca específica.
A maioria dos crimes ocorre em um trecho específico, entre os números 900 e 1000 da rua, especialmente debaixo de uma ponte, onde 17 dos 45 crimes registrados em 2025 aconteceram. Os crimes seguem um padrão recorrente: assaltantes em motos ou bicicletas, muitas vezes armados e disfarçados de entregadores, abordam as vítimas. Iniciativas como a “Vizinhança Solidária” foram implementadas, e cartazes com os dizeres “Perigo: você está em Pinheiros, o bairro mais perigoso de São Paulo.
Área com alto índice de assaltos à mão armada” foram espalhados pela rua. No entanto, a ação gerou controvérsia, com alguns moradores temendo a desvalorização de seus imóveis, o que levou à remoção parcial dos cartazes.
Guilherme de Almeida, morador da rua, relata que os assaltos são quase diários e não se limitam a celulares, incluindo também roubos de veículos. “Tem assalto praticamente todos os dias aqui”, afirma.
A situação na rua já resultou em tragédia. Em janeiro, Vitor Rocha e Silva, de 23 anos, foi assassinado após reagir a um assalto no local. O autor do crime, um adolescente, foi apreendido dias depois. Em homenagem a Vitor, moradores criaram um pequeno memorial com uma faixa que diz: “Vitor, sua memória será nossa força. Pinheiros clama por segurança”.
Para Fernando Capano, doutor em direito e especialista em segurança pública, a falta de leis mais severas para o crime de receptação dificulta o combate a esse tipo de delito. “Enquanto o receptador não for pesadamente responsabilizado, nós vamos continuar dando lastro para esses crimes”, explicou.
A Secretaria de Segurança Pública informou que atua continuamente para desenvolver políticas públicas que aumentem a sensação de segurança da população. Recentemente, uma operação policial prendeu 11 pessoas de uma quadrilha especializada em roubos de celulares e alianças. Segundo o delegado-geral, Artur Dian, a polícia tem intensificado as investigações para combater a receptação, que é o que alimenta os roubos e furtos nas ruas.
Com informações de Matheus Dias



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