Acordo entre 5+1 e Irã só deve sair no último instante das negociações

  • Por Agencia EFE
  • 17/11/2014 20h59
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Washington, 17 nov (EFE).- As “grandes diferenças” que persistem nas negociações entre o Grupo 51 e o Irã farão com que a definição de um possível acordo sobre o programa nuclear iraniano dure até o fim do prazo fixado para o diálogo, 24 de novembro, previu nesta segunda-feira uma fonte oficial americana que pediu o anonimato.

“Acho que não saberemos até onde podemos chegar, nem se podemos chegar a um acordo ou a um plano de ação integral até dia 24”, disse aos jornalistas a alta funcionária do Departamento de Estado dos EUA.

A última e provavelmente decisiva rodada de negociação sobre o polêmico programa nuclear do Irã começa nesta terça-feira em Viena, onde o Grupo 5+1 (Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido mais Alemanha) tentará finalizar o processo que começou em janeiro e pôr fim à disputa sobre o dossiê iraniano.

Os negociadores têm menos de uma semana até que vença, dia 24, o prazo limite estipulado pelas partes, e os Estados Unidos confiam conseguir fechar a tempo um acordo que, segundo a fonte, será formalmente denominado de “plano conjunto de ação integral”.

“Estamos em um ponto muito, muito difícil nesta negociação”, admitiu a funcionária. “Todos sabíamos que as decisões mais difíceis não seriam tomadas antes do final e provavelmente este será o caso, se é que poderão ser tomadas”.

Entre elas há “decisões fundamentais que só poderão ser aprovadas pelo líder supremo” do Irã, Ali Khamenei, e pelo presidente iraniano, Hassan Rohani; do mesmo modo que no lado americano só o presidente, Barack Obama, e o secretário de Estado, John Kerry, poderão tomá-las, indicou a fonte.

“Este é o momento para que o Irã respalde suas palavras com ações críveis e verificáveis de que não quer buscar uma arma nuclear”.

A funcionária ressaltou que nas negociações com o Irã “os detalhes têm uma importância enorme” e os Estados Unidos acreditam que “não será possível anunciar que chegamos a um plano de ação sem conhecer também os detalhes”.

“Ainda é possível fazer tudo (antes do dia 24). Difícil, mas possível”, insistiu.

Kerry, que hoje viajou para Londres, deve chegar a Viena em algum momento desta semana, e permanecerá ali o tempo que for necessário para o avanço das negociações.

Elas acontecerão sob a coordenação da antiga responsável de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, e o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammed Yavad Zarif, com que Kerry se reuniu na semana passada em Omã.

Caso cheguem a um acordo, é possível que as sanções impostas pelos Estados Unidos ao Irã sejam suspensas durante um tempo em vez de serem levantadas imediatamente, para que Washington se assegure de que o pacto será “durável”.

A fonte afirmou que, desde o começo das negociações em janeiro, “foram feitos mais progressos do que qualquer um poderia esperar, primeiro detendo os avanços no programa nuclear do Irã e depois criando espaço e tempo para ver se podemos chegar a um acordo”. EFE

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