Adovgados são acusados de blasfemar em manifestação no Paquistão

  • Por Agencia EFE
  • 13/05/2014 09h52
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Islamabad, 13 mai (EFE).- A polícia do Paquistão registrou uma denúncia por blasfêmia contra 68 advogados que protestavam contra maus-tratos policiais por terem mencionado o nome de um sucessor de Maomé, disse nesta terça-feira à Agência Efe uma fonte oficial.

Durante uma manifestação ontem na cidade de Jhang, os advogados lançaram gritos contra um dos policiais que teria tido uma conduta abusiva, chamado Omar, igual a um dos sogros e sucessores de Maomé.

Um vizinho fez uma queixa na polícia, que decidiu acusar formalmente os manifestantes, mas só pôde incluir o nome de oito dos denunciados, já que desconhece o resto, explicou um agente da delegacia que registrou o caso, Mohammed Ramzan.

Ninguém foi preso.

Os advogados, da Associação de Advogados do distrito de Kotwali, protestavam contra a detenção ilegal de um de seus membros por agentes da mesma delegacia, que continuam em liberdade apesar de terem uma ordem de detenção.

Segundo o jornal local “Dawn”, os advogados denunciados acusaram a polícia de registrar a incomum denúncia em retaliação as acusações feitas contra os agentes maltratadores.

A legislação antiblasfêmia vigente no Paquistão foi estabelecida durante a dominação colonial britânica para prevenir choques religiosos, mas nos anos 80 uma série de reformas feitas pelo ditador Ziaul Haq deu asas aos radicais para abusar dela.

Desde então já foram feitas mais de mil de acusações por blasfêmia, quase sempre a pedido de ímãs locais que tentam amedrontar as minorias religiosas, especialmente cristãos e ahmadíes, braço do islã considerado herético no Paquistão.

Segundo a Comissão de Direitos Humanos do Paquistão, ano passado houve 41 denúncias e quatro delas se tornaram sentenças de morte, embora no Paquistão nunca ninguém tenha sido executado por blasfêmia.

Há uma semana, um advogado que defendia um acusado de blasfêmia contra o islã, morreu assassinado após ser baleado na cidade paquistanesa de Multán, próxima a Jhang. EFE

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