AI critica “vergonhosa” execução de paquistanês condenado quando era menor
Londres, 10 jun (EFE).- A organização humanitária Anistia Internacional (AI) afirmou nesta quarta-feira que a “vergonhosa” execução em Lahore de um réu que foi condenado por assassinato quando tinha 15 anos evidencia os problemas endêmicos do sistema de justiça no Paquistão.
“A lei internacional não pode ser mais clara no ponto que está proibido sentenciar delinquentes juvenis à morte. Apesar disso, pode haver um número significativo de pessoas no corredor da morte no Paquistão que tinham menos de 18 anos quando cometeram seus supostos crimes”, destacou a organização em comunicado emitido de sua sede em Londres.
Aftab Bahadur foi enforcado hoje, mais de duas décadas após ter sido detido, com 15 anos, por supostamente ter matado uma mulher e seus dois filhos.
O vice-diretor da organização para a região da Ásia-Pacífico, David Griffiths, ressaltou que Bahadur “sempre alegou que era inocente e que foi torturado para fazer uma confissão”.
“Este é um caso emblemático que ressalta os sérios problemas sobre como se impõem as sentenças de morte e como se aplicam as execuções no Paquistão”, criticou Griffiths.
“O sistema de justiça está infestado de processos problemáticos e convicções baseadas em depoimentos extraídos através de tortura ou maus tratos”, declarou o subdiretor da AI.
A organização humanitária pediu ao Paquistão que imponha imediatamente uma moratória sobre todas as execuções como passo prévio a uma abolição completa da pena de morte no país.
A execução de Bahadur aconteceu no mesmo dia no qual a justiça do Paquistão rejeitou a apelação de Shafquat Hussain, também condenado à pena capital quando era menor de idade e cujo enforcamento já foi cancelado em quatro ocasiões. EFE
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