Al Qaeda afirma que muçulmanos não são obrigados a jurar lealdade ao EI

  • Por Agencia EFE
  • 09/09/2015 20h42
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Cairo, 9 set (EFE).- O líder da Al Qaeda, o egípcio Ayman al-Zawahiri, afirmou em mensagem de áudio divulgada nesta quarta-feira na internet que os muçulmanos não estão obrigados a jurar lealdade ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI) porque foi criado, segundo ele, sem o consenso dos seguidores do islã.

“Não reconhecemos este califado (estabelecido pelo EI em partes do Iraque e da Síria), nem o consideramos um califado segundo o método do profeta (Maomé), mas se trata de um emirado de dominação sem consenso, razão pela qual os muçulmanos não são obrigados a render-lhe lealdade”, disse Al-Zawahiri em uma gravação publicada em fóruns jihadistas.

Além disso, na gravação, que tem uma duração de 45 minutos, Al-Zawahiri assinalou que o líder do EI, o iraquiano Abu Bakr al-Baghdadi, não tem as habilidades necessárias para ser um califa.

“Ele se autoproclamou califa sem consultar os muçulmanos”, comentou Al-Zawahiri, que acusou o chefe do EI de tentar dividir a jihad global através de sua “rebelião” contra Al Qaeda e por meio de suas tentativas para ganhar o apoio das filiais deste grupo pelo mundo.

“Abu Bakr al-Baghdadi e seus irmãos nos causaram muito dano, mas preferimos responder com o mínimo para apagar o fogo da discórdia e deixar as portas abertas a boas pessoas para mediar em uma reconciliação entre os jihadistas”, acrescentou.

Nesse sentido, Al-Zawahiri reconheceu que, além de seus “erros graves”, o EI tem também pontos positivos e ressaltou que, se ele “estivesse no Iraque ou na Síria, teria colaborado com eles (os jihadistas do EI) para lutar contra os cruzados, os laicos e os xiitas”.

Na mesma gravação, Al-Zawahiri comenta que o antigo líder da Al Qaeda no Iêmen, Nasir al Wahishi, está vivo, apesar de sua morte em um ataque de um avião não-tripulado americano ter sido anunciada no último dia 16 de julho, o que faz supor que o áudio é antigo, embora tenha sido divulgado somente hoje.

O EI, autodenominado anteriormente “Estado Islâmico do Iraque”, nasceu vinculado à Al Qaeda, mas se separou do grupo de Al-Zawahiri, depois que este lhe ordenou limitar sua ação ao Iraque e não operar na Síria, onde a filial da rede terrorista é a Frente al Nusra. EFE

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