Alemanha ressalta sua responsabilidade especial em manutenção da paz global

  • Por Agencia EFE
  • 02/05/2015 12h53

Berlim, 2 mai (EFE).- O ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, ressaltou neste sábado em Berlim a responsabilidade especial da Alemanha na manutenção de uma paz global, ao mesmo tempo que agradeceu aos países que de inimigos na Segunda Guerra Mundial passaram a ser amigos após a disputa.

“Precisamente nós, talvez muito mais que outros, devemos assumir hoje nossa responsabilidade na manutenção de um ordem internacional que garanta a paz”, disse durante um ato na Câmara dos Deputados de Berlim pelo 70° aniversário da derrota nazista.

Esta ordem “está sob pressão neste mundo cheio de conflitos e contradições, um mundo que nestes meses parece ter desandado”, advertiu.

“Me enche de humildade e agradecimento que em um dia como hoje os alemães não estejam somente em nossas lembranças, mas possamos comemorar junto aos que então eram inimigos de guerra”, assinalou Steinmeier.

Neste sentido, agradeceu àqueles países que “de inimigos passaram a ser amigos”.

O ministro mencionou parceiros como os Estados Unidos, Rússia e Polônia e assegurou que a Alemanha não soltará nunca mais a mão que estes países lhe estenderam.

Steinmeier destacou de maneira especial a amizade entre Alemanha e o Estado de Israel, “quase um milagre” depois dos “crimes sem precedentes da Shoah (o Holocausto)”.

O chefe da diplomacia alemã falou, além disso, do histórico discurso em 1985 por ocasião do 40° aniversário da derrota nazista de Richard von Weizsäcker, no qual o então presidente germânico qualificou de “dia da libertação” o capítulo da Alemanha na Segunda Guerra Mundial.

“Mas esta libertação da qual falou Weizsäcker não foi só a libertação de algo -da ditadura nacional socialista-, mas foi ao mesmo tempo uma libertação para algo”, disse.

Ao ser liberada do racismo e da ditadura nacional socialista, “do caminho errado mais obscuro” da história da Alemanha, o país abria passagem “rumo a mais luz”, o que implica “estar alerta e se comprometer a favor daqueles princípios humanos e políticos que a Alemanha profanou de forma tão inaudita”, acrescentou.

A libertação está ligada também à responsabilidade do “nunca mais”, ressaltou Steinmeier.

“Estas duas palavras concentram o que significam hoje para os alemães a culpa, o compromisso e a responsabilidade e que inclui transmitir às gerações futuras em forma de advertência a experiência de um horrível passado e de enfrentar os que o ignoram”, acrescentou.

A guerra acabou em Berlim uma semana antes da capitulação da Wehrmacht, quando em 2 de maio, dois dias depois do suicídio de Adolf Hitler, as últimas tropas dispersas abandonaram as armas na capital alemã.

Em 8 de maio, a Alemanha assinava finalmente a capitulação incondicional. EFE

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