André Janones mostrou a cara e se transformou num problema para o PT
Deputado foi muito elogiado pelo partido no início, mas passou a agir por conta própria e ignorar a cartilha do PT, o que gerou descontentamento
Cresce a agressividade entre os militantes petistas e bolsonaristas A intolerância aumenta até entre familiares. Não se respeita nada. Poucos desejam discutir ideias. A ordem é resolver tudo com violência. O problema começa a preocupar as campanhas de Luiz Inácio da Silva e Bolsonaro. A continuar assim, não se sabe o que será das eleições de outubro. Vamos tomar como exemplo a Campanha de Lula que se mostra apreensiva com o que vem ocorrendo. Citaremos um único caso, que dará a dimensão dessa questão. Trata-se do comportamento do aliado de Lula, o deputado federal André Janones (Avante), que era candidato à presidência da República e foi conquistado por Luiz Inácio da Silva, o encantador de serpentes. Lula fez de tudo para conseguir o apoio de Janones. Chegaram até a trocar cartas de amor. Até que Janones não resistiu mais e se entregou: desistiu da candidatura e se aliou a Lula. O PT fez até festa. Lula, particularmente, via em Janones um nome de peso para sua campanha. Mas o político mineiro começou a mostrar sua cara e se transformou num problema para o PT. De início, André Janones começou a postar mensagens agressivas demais nas redes sociais para defender a candidatura de Lula e insultar o presidente Bolsonaro. Coisa deplorável. Termos chulos, às vezes indecorosos. O desgaste começou aí e vem crescendo cada vez mais. Além das postagens lastimáveis nas redes sociais, Janones passou a brigar com as pessoas que não aceitam a candidatura de Lula. Briga de rua mesmo. Discussões com xingamentos pesados e agressões físicas. Em outras palavras, Janones, o aliado adorado por Lula, revela que não segue a linha política determinada pela cartilha do PT.
É uma loucura. Lula não queria esse problema. Não tem mais paciência para encarar coisas assim. Um aliado que foi tão cortejado e que agora só cria problemas para a campanha, exatamente num momento em que Luiz Inácio da Silva se apresenta como uma espécie de pacificador, embora de pacificador Lula não tenha absolutamente nada. Muito pelo contrário. Mas como a ordem é enganar sempre o eleitor, Lula tenta manter um certo equilíbrio em alguns discursos, dando a impressão de que é um político civilizado. Não é. Claro que não. E para piorar, o aliado André Janones vai seguindo sua trilha e às vezes criticando o próprio PT, o que sempre fez, diga-se. Sempre. Um integrante da equipe da campanha petista afirma que Janones se transformou num “garoto problema”. Assinala, singelamente, que assim “o amor não conseguirá vencer o ódio”.
Evidentemente é para dar risada. Quer dizer que os discursos e comícios de Lula objetivam enaltecer o amor contra o ódio? Que coisa extraordinária. E Janones está atrapalhando tudo. A campanha está estudando uma maneira de afastar Janones. Simplesmente isso. Se quiser, poderá ter uma atuação autônoma. Lula está arrependido. Tinha Janones como um trunfo, especialmente no que diz respeito às redes sociais, que Janones domina como ninguém. Mas a euforia de Lula acabou. Quando foi apresentado, Janones impressionou a equipe da campanha, pelos seus conhecimentos. Ficou todo mundo morrendo de amores. O deputado foi convidado até pra participar de uma live com Lula, para dizer que o chamado “Auxílio Brasil” de R$ 600 implantado pelo presidente Bolsonaro vai até dezembro, depois acaba. Janones arrasou. E ficou tão empolgado com seu protagonismo que pensou em mudar-se para São Paulo. E assim empolgado com tantas maravilhas, Janones passou a agir por conta própria ignorando as orientações do PT e do próprio Lula.
Janones demonstra descontentamento com tudo, dizendo que é preciso usar os métodos da própria direita para combater o bolsonarismo. Só para dar uma ideia, em muitas de suas postagens, Janones já chamou Bolsonaro de “verme” e “vagabundo”. A campanha de Lula garante que não deseja esse tipo de crítica. Assim, a grande figura de Janones, admirado e cantado em verso e prosa por Lula, está se desmontando. Praticamente já está fora da campanha petista. Integrantes da equipe dizem que Janones é histriônico e grande sedutor. Mas é meio louco. Esse cenário agressivo também começa a crescer na campanha do presidente. Os militantes bolsonaristas não pensam duas vezes antes de agir. Essa guerra está nas ruas, nos bares, nos ambientes de trabalho e até dentro das famílias. Ninguém vê o outro como adversário político. Não. Todos passaram a ser inimigos. E agem como inimigos. Estão sempre prontos para o que der e vier.
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