Bolsonaro cumpre o que prometeu na campanha eleitoral: arma para todos
Se a alíquota zero para importar armas for ‘cortina de fumaça’, governo conseguiu desviar a atenção de muita gente
As coisas estão mais fáceis para quem deseja importar uma arma. O governo federal decidiu dar uma ajuda e zerou a alíquota de importação, que é de 20%. A medida da Câmara de Comércio Exterior foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 9. A alíquota zero para importar arma começa a valer no dia 1º de janeiro de 2021. O presidente Bolsonaro tem flexibilizado cada vez mais a compra de armas pela população. Naquela reunião memorável do dia 22 de abril, entre o presidente e seus ministros, cheia de palavrões, Bolsonaro chegou a dizer que queria ver toda a população armada. Isso passou meio batido, já que aquela reunião fugiu dos padrões de qualquer ato civilizado. Mas deve ser isso mesmo. Toda a população armada. A taxa está zerada apenas para revólveres e pistolas. Seja como for, Bolsonaro está cumprindo o que prometeu na campanha eleitoral. Arma para todo mundo. Pensando bem, assim a população está preparada para enfrentar uma guerra civil. Quer dizer: na guerra atual por causa da vacinação contra o vírus não há necessidade de armas de fogo, mas de ideias. Como o Brasil é um pais carente nesse setor, o melhor é pensar quem sabe numa futura guerra civil. E assim a população vai se organizando, junto com as autoridades do país, o que não aconteceu com o vírus chinês, que sempre foi tratado com descaso.
Dizem que essa medida de Bolsonaro, de zerar a alíquota para armas importadas, é aquilo que muitos jornalistas chamam de “cortina de fumaça”. Como a questão da vacinação dos brasileiros está cada vez mais complicada, é preciso criar rápido um assunto novo para dividir a atenção dos brasileiros. O desempenho do Ministério da Saúde na questão do coronavírus está muito abaixo do sofrível. É só lembrar o pronunciamento do ministro general da Saúde, uma página vazia, como se toda a população brasileira fosse composta de imbecis sacramentados. A cara do ministro dizia tudo, nem precisava falar sobre isso. Então, diante dessa crise deprimente da vacinação, criou-se um novo fato para o povo se divertir porque, no fim, tudo é uma grande diversão, um picadeiro imenso onde cabe o Brasil e os brasileiros no grande circo de lamentações. Bolsonaro vinha pensando nessa medida faz algum tempo. Mas o presidente sabe calcular bem. Ele sabe o momento certo. Naquela lastimável reunião do dia 22 de abril, que vai entrar para os anais da história brasileira, como se dizia antigamente, Bolsonaro, aos gritos, afirmou que queria a população armada e, de alguma maneira, toda aquela gritaria estava ligada ao momento atual, quando ninguém se entende no que diz respeito à vacinação.
Na verdade, nessa questão do vírus sempre faltou uma liderança ao país. Naquela reunião, o presidente disse que a população tinha de enfrentar as determinações sanitárias contra o coronavírus. Não entendo de armas, nem quero entender. Mas será que dá para matar o vírus a tiros? De qualquer maneira, como se disse acima, tudo isso passou batido, porque aquela reunião não foi reunião nenhuma, foi um acerto de raivas e vaidades e a palavra do presidente não se conteve. Dizia o que lhe vinha à cabeça. Se de fato a alíquota zero para importar arma for mesmo uma cortina de fumaça, o presidente conseguiu desviar a atenção de muita gente. O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, já apresentou na Câmara um projeto de lei que pede a autorização de publicidade para armas de fogo. Pede o fim da “censura ao direito da população de garantir sua legítima defesa”. Nesta quarta-feira, 9, por esse motivo, Bolsonaro foi bastante criticado nas redes sociais. Os internautas perguntavam especialmente se zerar a alíquota para importação de armas é uma prioridade do país neste momento. Acredito que na cabeça de alguns deve ser a prioridade, sim. Nada melhor do que falar em armas de fogo quando se está vivendo numa guerra. Então está tudo certo. Diante da importância dessa medida do governo federal, não existem palavras contrárias. De fato, uma prioridade acima de todas as prioridades deste país cada vez mais alucinado.
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