Joaquim Barbosa é um nome que não pode ser descartado diante da melancolia que tomou conta do Brasil

Notabilizado por conduzir processo do mensalão, ex-presidente do STF ainda não tomou decisão, mas já adiantou a alguns aliados que pode se candidatar à Presidência

  • Por Álvaro Alves de Faria
  • 18/03/2022 14h08
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FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO - 05/10/2017 Joaquim Barbosa em pé, de paletó risca de giz, camisa branca, gravata azul e óculos Joaquim Barbosa, que deixou o PSB, tem até o dia 2 de abril para achar um novo partido se quiser se candidatar

Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que deixou saudade em muita gente, está comendo pelas beiradas. Ninguém sabe ao certo se ele será candidato à Presidência da República. Suas respostas são evasivas. Mas Barbosa anda mantendo seus contatos, observado a cena brasileira de longe. Essas mesmas cenas obscenas que o fizeram desistir do STF. Desde e então, ele só olha. Mas desta vez seu olhar parece mais interessado. Já confessou a alguns que poderá ser candidato, sim, mas não correrá atrás de partidos para filiação. No entanto, está aberto para conversar com todo mundo. Já teve uma longa conversa com Gilberto Kassab, do PSD. Uma conversa secreta.

Joaquim Barbosa adianta aos que o procuram que até pode, sim, ser candidato, mas saiu do PSB, ao qual era filiado. Está sem partido e agora o tempo está curto demais. E há ainda a questão de alguns partidos que não desejam ter candidatos a presidente. A filiação partidária vai até o dia 2 de abril. Barbosa admite que deveria ter pensado nessa hipótese há alguns meses, não agora. Agora seria tudo na correria. Mas, como afirma, ele está para conversar, embora acredite que o ex-presidente Luiz Inácio não chegará ao segundo turno. De acordo com o blog do jornalista Lauro Jardim, ele acredita que Lula vai derreter durante à campanha, tantas são as acusações que todos os outros candidatos farão. O petista não terá como responder sobre tantos atos de corrupção que chefiou em dois governos seguidos, ladroagem seguida depois no governo de Dilma Rousseff, que terminou no impeachment. Será impossível resistir.

É muita coisa envolvida em corrupção para terminar num golpe do STF, que anulou todas as condenações que já somavam mais de 20 anos de cadeia. Sendo assim, Lula não disputará o segundo turno, o que significa entregar a Presidência da República de bandeja a Jair Bolsonaro, seja qual for o candidato com quem disputará. Joaquim Barbosa sabe que sua presença nas eleições mudará todo esse cenário. Mas o problema é que fica com essa conversa que não decide nada. Barbosa evita comentar os nomes que aí estão como pré-candidatos, com exceção de Sergio Moro. Barbosa elogia Moro, mas diz que ele anda com mas companhias e isso vai atrapalhar sua campanha. Diz também que o ex-governador Geraldo Alckmin, o vice de Lula, vai sentir na carne as acusações que serão feitas ao petista, o eterno líder da esquerda vagabunda brasileira.

O próprio Lula já adiantou que o PT não dispõe de nomes para ocupar o seu lugar no partido. O PT envelheceu e não preparou ninguém para isso. Lembra apenas o nome do menino maluquinho Fernando Haddad, o deslumbrado. E Joaquim Barbosa, que se notabilizou até internacionalmente ao conduzir o processo do mensalão? Joaquim ainda deixa a resposta em suspenso. Sabe-se que tem a preferência de muita gente. E é um nome que não pode ser perder na melancolia do Brasil. 

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