Precisar decidir entre Lula e Bolsonaro é sentença de morte, só a terceira via pode nos salvar do inferno
Passado recente do petista na corrupção é hediondo, e o atual presidente é um negacionista, com uma conduta deplorável como chefe da nação e no transcorrer da pandemia
Se o mundo vivesse só de mentiras e falsidades, a vida seria uma maravilha. Mas não é assim que funciona. Há mentiras que destroem tudo. Infelizmente, a memória do país é curta e o farsante está sempre bem. A mentira é a prioridade de alguns indivíduos que estão sempre nas cenas do Brasil. É o caso do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, que admira ditadores, continua por aí falando somente para plateias amigáveis, evitando sair às ruas para dar uma volta e tomar um ar, já que seria chamado de ladrão. Qual seria a reação de Luiz Inácio numa situação assim? Se tivesse oportunidade de falar, mentiria. Mentiria sempre. Como fez em entrevista recente ao jornal italiano Corriere Della Sera, em que disse que a reconstrução do Brasil precisa começar pelo mais básico: garantir que as pessoas não passem fome, tenham direito a estudar e trabalhar em paz. Está correto. Quem poderá ser contra?
Ocorre que Luiz Inácio fala a mesma coisa desde os anos 60, quando ainda era só presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. A mesma conversa. No entanto, quando chegou ao poder e recebeu a faixa de presidente da República, fez tudo ao contrário do que pregou por mais de 20 anos. E os brasileiros não podem esquecer os escândalos vergonhosos do mensalão e o assalto que quase derrubou a Petrobras. Foi enquadrado e julgado pelos seus crimes. Condenado, ficou 580 dias na prisão. Mas uma manobra esperta do Supremo Tribunal Federal tirou o meliante da cadeia e ele se transformou em candidato à Presidência da República, primeiro lugar nas pesquisas de intenção de votos.
Ao jornal italiano, Lula afirmou que sempre trabalhou com esses propósitos, sendo político ou não. Lembrou que nos governos do PT o Brasil se transformou numa referência mundial, um exemplo a seguir no que diz respeito à luta contra a miséria e as desigualdades. Observou que seu governo conseguiu erradicar a fome no país, gerar empregos, distribuir a renda e criar oportunidades educacionais, elevando a qualidade de vida da população. Disse ao jornal italiano que atualmente a fome está de volta ao Brasil. Aí ele não está mentindo. A fome está de volta, mesmo. São mais de 20 milhões de famílias que não têm o que comer. Também falou do desemprego e também não mentiu nesse item. São mais de 14 milhões de desempregados e outros milhões de subempregados, vivendo em extremas dificuldades. Só não disse que esse contingente de milhões de desempregados pertencem à sua amiga ex-presidente Dilma Rousseff, que sofreu impeachment por todas as barbaridades que cometeu no governo.
Já o presidente Bolsonaro está sentindo a pressão. Cada crítica de Luiz Inácio é um golpe difícil de suportar. Tenta reagir, mas não encontra uma forma. Limita-se a dizer que vai reciclar o discurso que utilizou em 2018, quando venceu a eleição presidencial. Vai novamente se mostrar um liberal da economia e conservador nos costumes. Numa crítica a Lula e ao PT, o presidente saiu em defesa da reforma trabalhista aprovada em 2017, no governo do Michel Temer. Assinalou que Lula mente quando diz que a reforma encolheu os direitos dos trabalhadores. E fica somente nisso, enquanto Luiz Inácio passa com seu trator em cima de todo mundo, fazendo reuniões e conchavos para a eleição presidencial. Pode-se dizer que Bolsonaro está sozinho. Aquela velha solidão do Palácio do Planalto.
Luiz Inácio não toma conhecimento de críticas às suas mentiras costumeiras, dizendo que hoje o Brasil não tem governo. Ocorre que com o PT aconteceu a mesma coisa, depois de algum tempo de alguma esperança. Lula tornou-se chefe de quadrilha para roubar o dinheiro público. Mas isso ele não disse ao jornal italiano. Nem disse que quando sua pupila do PT Dilma Rousseff deixou o governo, o país estava mergulhado num poço sem fundo. O desemprego atual vem desse período. E a miséria também. Mas isso ele não disse. Na verdade, o Brasil é um país sem sorte. A população chegará à eleição presidencial entre Lula e Bolsonaro. Qualquer um dos dois significa uma sentença de morte. Luiz Inácio pelo passado recente hediondo na corrupção, e Bolsonaro, o negacionista, com uma conduta deplorável como chefe da nação e no transcorrer da pandemia. Que Deus nos dê uma terceira via para nos salvar do inferno.
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