Após ter pena de morte anulada, sudanesa cristã é detida novamente

  • Por Agencia EFE
  • 24/06/2014 12h12

Cartum, 24 jun (EFE).- A cidadã sudanesa que ontem ganhou liberdade após se livrar de uma condenação à morte foi detida novamente nesta terça-feira ao tentar deixar o país ao lado de sua família no aeroporto de Cartum, informaram seus advogados, que, por outro lado, não mencionaram os motivos de sua detenção.

Mariam Ibrahim Ishaq, de 27 anos, foi detida por dezenas de agentes de segurança no aeroporto da capital sudanesa, onde tentava deixar o país ao lado de seu marido Daniel Wani e seus dois filhos.

Na sequência, as autoridades levaram toda a família para um lugar desconhecido, informou um dos advogados da sudanesa, que explicou que Ishaq seguia em direção aos Estados Unidos, aproveitando o fato de seu marido – de origem sudanesa – ter passaporte americano.

O Tribunal de Apelação de Cartum anulou ontem a condenação à morte que pesava sobre ela, ao considerar que a decisão em primeira instância havia se baseado em “provas frágeis e contraditórias”.

A justiça sudanesa também apontou que houve um erro de procedimento na anulação do casamento entre Ishaq e seu marido, que também é cristão.

A tradição islâmica designa automaticamente os filhos de muçulmanos como seguidores desta religião e, por isso, Ishaq sofreu este tipo de repressão, tendo em vista que seu pai é muçulmano, embora sua mãe seja cristã.

Ao contrário do que as autoridades judiciais sustentavam, ela nunca renegou sua fé, já que ressaltou ter sido educada por sua mãe e nunca ter professado o islã.

O caso desta jovem provocou fortes reações entre os governos ocidentais e diferentes grupos de direitos humanos, principalmente depois que um juiz a condenasse à forca em meados de maio. No entanto, Ishaq, que estava gravida na ocasião, ganhou o direito de cumprir a pena depois de anos para amamentar seu filho, nascido no dia 27 de maio. EFE

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