Argentina declara alerta e investiga possível passagem de guineano pelo país
Buenos Aires, 10 out (EFE). – O governo argentino declarou estado de “alerta epidemiológico” pelo ebola nesta sexta-feira, enquanto investiga se Souleymane Bah, de 47 anos, atualmente isolado na unidade de referência da Fiocruz, no Rio de Janeiro, com suspeita de ebola passou pela Argentina.
O chefe do gabinete, Jorge Capitanich, informou que o país aumentará as medidas de controle de entrada e os recursos para formar equipes médicas e munir os hospitais de recursos.
O Ministério da Saúde argentino informou à Agência Efe que investiga se Souleymane Bah chegou ao Brasil por terra vindo da Argentina.
“Já pedimos informação ao departamento de imigração. A cidade de Bernardo de Irigoyen tem uma passagem de fronteira seca, e temos que pensar que não há apenas vias formais para cruzar. Uma fronteira tão permeável, tão porosa, pode ter passagem por uma via extraoficial”, declarou em entrevista coletiva o ministro da Saúde Pública de Misiones, Oscar Herrera Ahuad.
Durante sua entrevista coletiva diária, Capitanich explicou que “o Ministério da Saúde (argentino) estabeleceu o alerta epidemiológico pelo ebola e já dispararam os diferentes mecanismos de alerta para a detecção de casos”.
O chefe de ministros detalhou que, mediante esta medida, aumentará especialmente a vigilância para a “entrada de pessoas por via aérea”, apesar de a Argentina não ter voos diretos para os países africanos onde se originou o surto.
Capitanich reforçou que a Argentina “segue as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS)” e que o país conta com um sistema que inclui “recursos humanos, tecnologia e centros sanitários de referência” para a detecção e avaliação de possíveis casos.
Além disso, ele destacou que “Argentina é o único país da América Latina que tem um sistema para detectar e analisar casos de ebola em 24 horas, o que é importante para evitar a expansão de uma epidemia com essas características”.
O vice-ministro da Saúde, Jaime Lazovski, tinha confirmado ontem à Efe a decisão de reforçar o sistema de saúde, através da formação dos profissionais, da compra de equipamentos de isolamento e da elaboração de uma legislação, após os contágios detectados nos Estados Unidos e na Espanha. EFE
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