Armênios queimam bandeira turca após pêsames de Erdogan por mortes maciças

  • Por Agencia EFE
  • 23/04/2014 15h44

Tbilisi, 23 abr (EFE).- Milhares de armênios queimaram nesta quarta-feira uma bandeira turca, após as condolências do primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, pela morte em massa de armênios pelas mãos do Império Otomano no começo do século XX, mas sem pedido de perdão.

Segundo as agências armênias, cerca de 10 mil pessoas participaram de uma manifestação em Yerevan, em cujo início foi queimada uma bandeira turca e, com as chamas, acenderam tochas.

Com estas tochas, os manifestantes se dirigiram ao complexo memorial dedicado ao Genocídio Armênio, conhecido como “Tsitsernakaberd”.

Os organizadores do ato são os membros do agrupamento juvenil Federação Revolucionária Armênia, Dashnaktsutiun.

A cada ano, os armênios lembram a morte de 1,5 milhão de pessoas pelas mãos do Império Otomano em 1915, o que consideram um genocídio, mas a Turquia se nega a reconhecê-lo e isso fez com que ambos os países não mantenham relações diplomáticas.

Erdogan expressou hoje oficialmente as condolências de seu país pelos armênios que “perderam suas vidas no contexto de princípios do século XX”.

Em nome do Estado turco, Erdogan se dirigiu aos “netos” das vítimas e assegurou que “os incidentes da I Guerra Mundial” são uma “dor partilhada”, embora não tenha se referido à responsabilidade do Império Otomano na morte de armênios.

A Turquia não só nega taxativamente que as deportações maciças de armênios ordenadas em 1915 constituam um genocídio, mas inclusive manteve fortes disputas políticas com países como Estados Unidos e França, onde foram debatidas leis em relação ao reconhecimento do genocídio armênio. EFE

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