Artilharia russa volta a disparar contra território ucraniano, segundo Kiev
Kiev, 21 nov (EFE).- A artilharia russa reatou os disparos contra território ucraniano após dois meses e meio de trégua, denunciou nesta sexta-feira o Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia.
“Nas últimas 24 horas, pela primera vez desde a assinatura dos acordos de paz (5 de setembro), observamos o reatamento de disparos contra território ucraniano por parte da Federação Russa”, disse Andrei Lisenko, porta-voz desse órgão, em entrevista coletiva.
Os disparos da artilharia russa foram ouvidos perto da cidade ucraniana de Kamishnoye, não longe de um posto fronteiriço na região de Lugansk.
Além disso, Lisenko denunciou que a Rússia e os rebeldes também reativaram os voos de drones na zonas fronteiriças e na linha de separação entre ambos os grupos.
Alguns desses nove aviões espiões, detectados nas últimas 24 horas, se dirigiriam à cidade de Mariupol (mar de Asov), sede da governo provisório de Donetsk leal a Kiev que os insurgentes prometeram reconquistar.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, assegurou nesta semana que os aliados constataram um aumento da concentração de tropas e artilharia na zona rebelde e no lado russo da fronteira.
“Falamos de tropas, equipamentos, artilharia e sistemas de defesa aérea muito modernos”, assinalou Stoltenberg, que se encontra hoje de viagem pelos países bálticos.
Em meados de outubro, Putin ordenou o retorno de seus quartéis frequentadores das tropas desdobradas nas imediações da fronteira com a Ucrânia, embora recentemente advertiu que não permitirá que Kiev liquide seus oponentes no leste pró-Rússia.
O reatamento dos ataques da artilharia russa coincide com a visita à Ucrânia do vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e com o primeiro aniversário do início da revolução que derrubou o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich.
Perante o descumprimento dos acordos de paz por parte da Rússia e os rebeldes, Kiev propôs mudar de formato negociador e retornar ao de abril em Genebra, o que incluiria os Estados Unidos e excluiria os separatistas.EFE
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