Astori diz que acordo entre Mercosul-UE é crucial para bloco sul-americano

  • Por Agencia EFE
  • 29/04/2014 17h58

São Paulo, 29 abr (EFE).- O vice-presidente uruguaio, Danilo Astori, qualificou nesta terça-feira em São Paulo como “crucial e muito importante” para a região um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, que ambos os blocos negociam com avanços nos últimos dias.

“Estamos atentos. O acordo é uma prioridade e fundamental, inclusive, para melhorar o funcionamento do próprio Mercosul, que enfrenta problemas do ponto de vista do próprio Tratado de Assunção”, que implementou o bloco, disse Astori aos jornalistas após participar de um seminário empresarial no Brasil.

Para o vice-presidente, o acordo “é crucial e muito importante” porque, segundo sua opinião, ajudará a resolver as “dificuldades” do bloco, especialmente pelos “impedimentos tarifárias” e a falta de um mercado comum como era previsto com a criação do Mercosul.

Técnicos da Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai têm prevista uma nova reunião nos próximos dias, que será realizada em Montevidéu, para acordar a oferta que o Mercosul apresentará à União Europeia para o acordo de livre-comércio.

A Venezuela, que exerce a presidência rotativa do Mercosul desde meados do ano passado, não participa da negociação com o bloco comunitário europeu.

Segundo Astori, seu país está “atento a todas as experiências de integração na região” e uma delas é a Aliança do Pacífico, bloco integrado pelo México, Colômbia, Chile e Peru, e do qual o Uruguai, junto a outros 28 países, participa com o status de observador.

“Vimos os avanços e seguimos a experiência com muito interesse. Acreditamos na diversificação e temos uma proximidade física”, comentou.

Astori, encarregado de abrir o seminário “Uruguai: Plataforma de expansão regional”, se referiu também à “nova agenda de direitos” que o Uruguai “pôs em prática nos últimos anos”.

A polêmica lei que legaliza a produção e venda de maconha e as iniciativas em defesa dos direitos dos homossexuais, entre outros, “despertaram interesse no exterior”, assinalou Astori no diálogo com jornalistas.

“São análises para ver sua aplicação em outras realidades. Mas não são consultas formais. É gente do parlamento e dos governos desses países que entraram em contato com gente do nosso parlamento e diplomatas de nosso governo”, apontou.

Sobre a lei que legaliza a produção e venda de maconha, Astori apontou que para sua implementação se requer de uma “regulamentação”, que pode estar lista nas próximas semanas, e acrescentou que a partir de sua entrada em vigor “aí se podemos ver e avaliar seu impacto econômico e social”.

“A esperança é que o impacto seja positivo para combater o narcotráfico e a dependência às drogas. Não é para incentivar o consumo, mas isto pode diminuir a margem de manobra do narcotráfico”, acrescentou.

O seminário empresarial liderado por Astori foi realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a maior patronal brasileira, e foi organizado, entre outros, pelo Instituto de Promoção de Investimentos e Exportações e Serviços (Uruguai XXI). EFE

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