De novo as pesquisas estarão erradas
Em 1982 era redator-chefe da Veja e coordenei série de reportagens do Instituto Gallup acompanhando as eleições para o governo estadual e para o Senado em 10 Estados. Desde o começo das pesquisas, em Santa Catarina, os eleitores viam algo errado na vantagem de Espiridião Amin, que girava em torno de 20% sobre o segundo colocado.
Fui ao presidente do Instituto e o alertei. E via que na hora de fechar a pesquisa, o Instituto começou a mudar alguns critérios. Eles começaram a “arredondar” para tentar dar mais vantagem ao segundo colocado. Mas na última pesquisa a diferença se mantinha, e na abertura das urnas, a vantagem era da coligação de Espiridião, que teve menos de 1% de vantagem.
Depois de investigação interna descobriram que dois pesquisadores de Joinville tinham sido subornados por políticos do PDS e por isso ocorreu a diferença.
Não acuso ninguém, mas acho que de 1982 para cá, os erros dos institutos de pesquisa só se multiplicaram, mas eles continuam a ser tratados como se antecipassem a verdade absoluta. De novo as pesquisas estarão erradas.
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