Por que Gilmar não para de se intrometer?
Michel Temer reuniu-se neste domingo no Palácio do Jaburu com Rodrigo Maia, Eunício de Oliveira e Gilmar Mendes. Não há nada de anormal no encontro do presidente da República com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Fazem parte da rotina democrática conversas entre o chefe do poder executivo e o chefe das duas casas do poder legislativo.
O que causa estranheza é mais uma reunião entre Temer e Gilmar. Gilmar é ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, que é subordinado ao STF. O TSE não é, portanto, um quarto poder. Só existe o poder Judiciário e não o “poder eleitoral”. E quem chefia o Judiciário é a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo.
Segundo Gilmar, que não registrou na agenda mais um jantar com Temer, os dois trataram da reforma política. A explicação piora as coisas. Tal reforma está fora da alçada do Judiciário e do TSE também.
Por que Gilmar não para de intrometer-se em assuntos dos quais todo magistrado sério prefere manter distância?
Por que nunca foi exatamente um juiz. Ele foi sempre um político disfarçado de ministro. E seu sonho é trocar a toga pelo terno cinza-Brasília de senador por Mato Grosso. Só falta combinar com o eleitorado.
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