Autoridade americana alerta que surto de ebola na Libéria é muito pior
Atlanta (EUA), 26 ago (EFE).- O surto de ebola na Libéria é “ainda pior do que se temia”, afirmou nesta terça-feira o diretor dos Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês) dos Estados Unidos, Thomas Frieden, que se encontra no país africano para avaliar a situação.
“É uma emergência total. Nunca vimos nada nesta escala com o ebola antes. Infelizmente, esta situação vai piorar antes que melhore”, disse Frieden em entrevista telefônica para a emissora de rádio “WSB”.
“Ainda não conseguimos dar a volta. O surto está na nossa frente”, acrescentou o funcionário.
Frieden destacou que a Libéria tem a necessidade de estabelecer centros de tratamento de ebola em todo o país para poder tratar adequadamente os pacientes, para que os mesmos tenham mais possibilidades de sobreviver à doença.
“Vimos pacientes com ebola que não têm para onde ir e vemos um aumento no número de corpos deixados nas ruas. Deve ser criado um sistema para recolher e incinerar os corpos”, disse o diretor dos CDC.
Frieden advertiu que o avanço do surto não representa apenas um perigo para a África Ocidental, a região mais afetada pela atual surto da doença.
“Não é só um risco para a Libéria e a África Ocidental. Com este tipo de transmissão, a cada dia que passa, aumentam os riscos de o vírus se propagar para outros países da região”, opinou.
Abraham Borbor, um dos três médicos liberianos que eram tratados desde a semana passada com as últimas doses do soro experimental ZMapp, morreu hoje em Monróvia, a capital do país.
Os dois missionários americanos tratados com o soro tiveram alta de um hospital de Atlanta na semana passada, depois que os médicos determinaram que estavam curados e não representavam um perigo para a comunidade e suas famílias.
Até agora, 1.427 pessoas morreram em Guiné, Libéria, Serra Leoa e Nigéria, de acordo com números da Organização Mundial da Saúde (OMS). EFE
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