Autoridades decretam pré-emergência ambiental em Santiago devido à poluição
Santiago do Chile, 22 jun (EFE).- As autoridades de Santiago, a capital do Chile, decretaram nesta segunda-feira uma situação de “pré-emergência” ambiental para amanhã, devido à persistência da má qualidade do ar que levou a população da cidade a viver hoje uma situação de “emergência” pela primeira vez em 16 anos.
“A qualidade do ar não melhorou radicalmente”, disse o governador de Santiago, Claudio Orrego.
O estado de pré-emergência ambiental significa que não poderão circular os veículos com catalisadores de ar cujas placas terminam em 5 e 6; além daqueles sem selo verde com placas terminadas em 9, 0, 1, 2, 3 e 4.
Além disso, se mantém a proibição de funcionamento das indústrias com elevados níveis de emissões e de aquecedores a lenha.
A isso se soma o uso de vias exclusivas para o transporte público para tentar diminuir a circulação de automóveis particulares.
A pré-emergência é a quinta que se estabelece este ano em Santiago devido às condições meteorológicas, com uma ausência quase total de chuvas no centro do país, que geraram sucessivos episódios críticos de poluição.
Por essa razão, as medidas restritivas foram aumentadas hoje em um esforço por combater a poluição e se estabeleceu a proibição de circulação de 40% dos veículos com catalisador de ar e de 80% daqueles que carecem desse dispositivo.
Além disso, as atividades de 3 mil indústrias poluentes foram paralisadas e se suspenderam as atividades ao ar livre.
As autoridades monitoraram com extremo rigor o cumprimento das medidas para reduzir a poluição e mais de 300 multas foram emitidas aos motoristas que não respeitaram a proibição de circulação.
“Durante o dia de emergência ambiental se registrou uma diminuição de 15% no fluxo de veículos e um aumento de 35% na velocidade do transporte público devido à habilitação dos eixos ambientais”, informou o governo metropolitano.
No entanto, as estações de monitoração da qualidade do ar localizadas em diferentes partes de Santiago não revelaram uma redução substancial da poluição.
Orrego assinalou que o governo está avaliando um novo plano de despoluição para Santiago, que permita tratar de forma mais eficaz a poluição na cidade.
Isso implicaria uma elevação do padrão para medir a qualidade do ar de acordo com parâmetros internacionais e lidar com os problemas de poluição gerados pelas indústrias e pelo transporte, afirmou Orrego.
“Santiago necessita e merece um novo plano de despoluição”, opinou Orrego, que também avaliou positivamente as medidas adotadas hoje, apesar de não ter havido uma melhora consistente dos índices de poluição.
Por outro lado, as atividades relacionadas com a Copa América de Futebol, da qual Santiago é uma das sedes, estão isentas das restrições e proibições.
“A Copa América responde a compromissos internacionais do Chile, por isso não será suspensa”, disse Orrego.
A cidade de Santiago fica em um vale cercado de montanhas e é uma das capitais mais poluídas da América Latina, principalmente entre março e agosto, devido à ausência de ventos e chuva que dispersem as partículas poluentes e por causa do fenômeno de inversão térmica. EFE
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