Barco norte-coreano Chong Chon Gang já saiu do Panamá rumo a Havana

  • Por Agencia EFE
  • 15/02/2014 15h03

Panamá, 15 fev (EFE).- O barco norte-coreano Chong Chon Gang deixou neste sábado o Panamá rumo a Havana após sete meses de detenção por ter tentado transitar pelo Canal com uma carga não declarada de armas de guerra cubanas escondidas embaixo de toneladas de açúcar, informou o Ministério das Relações Exteriores panamenho.

A chancelaria assinalou em comunicado que o barco norte-coreano zarpou às 08h30 (local, 11h30 em Brasília) de Colón, no Caribe, rumo a Cuba “com 32 marinheiros a bordo”.

Acrescentou que, desde na terça-feira, uma delegação da Embaixada da República Popular Democrática de Coreia, em Havana, junto a funcionários do Serviço Nacional de Migração e da Chancelaria se aproximaram à base do ++SENAN++ em Colón, “onde se encontrava a tripulação da embarcação de bandeira norte-coreana Chong Chon Gang, para verificar que tudo / todo estivesse em ordem”.

“No caso do Chong Chon Gang, se atuou corretamente e as Nações Unidas aprovaram esse trabalho que fez nosso país em cumprimento de disposições internacionais e obrigações multilaterais” assinalou o chanceler panamenho, Francisco Álvarez De Soto.

A embarcação tinha permissão para zarpar desde o início da semana com 32 dos 35 tripulantes, pois três deles ficaram detidos no Panamá vinculados ao arsenal.

O Panamá “em um gesto de solidariedade e assistência humanitária” os ajudou a comprar equipamentos e ferramentas necessárias para a viagem, assinalou Álvarez na sexta-feira.

Os três oficiais que ficaram no Panamá serão processados por atentar contra a segurança nacional, crime passível de até 12 anos de prisão, porque eram os únicos que sabiam da existência do arsenal, de acordo com a informação oficial.

O advogado da tripulação norte-coreana, o panamenho Julio Berríos, disse na sexta-feira à Agência Efe que a embarcação permanecerá de uma a duas semanas em Havana, onde serão realizados consertos e embarcadas dez toneladas de açúcar com destino à Coreia do Norte.

Berríos acrescentou em tom de piada que espera que não voltem a parar no Panamá quando ao cruzar o canal interoceânico.

Os 32 tripulantes limparam o casco, se abasteceram de água, alimentos e combustível, contou o advogado, que negou que o governo panamenho tenha fornecido dinheiro para isso.

Os suprimentos foram adquiridos com os US% 57 mil confiscados quando a embarcação foi retida e com outra quantidade de dinheiro, não precisada, fornecida pela missão diplomática norte-coreana credenciada em Havana que visitou esta semana o país para preparar a viagem, esclareceu Berríos.

O advogado reiterou que todo o processo judicial panamenho contra os norte-coreanos não tem cabimento porque “um país não pode investigar outro”, e o caso deve “ser conduzido em nível diplomático” uma vez que Cuba admitiu que as armas pertenciam à ilha.

Berríos disse que estas armas, incluídos dois aviões Mig 21Bis e plataformas de mísseis, não podem ser confiscadas e “que com passar do tempo terão de ser devolvidas à Cuba”.

Pelo caso, o Panamá apelou à ONU e em agosto uma equipe de analistas do Conselho de Segurança chegou ao país para inspecionar o arsenal cubano.

Em um relatório preliminar os analistas chegaram à conclusão que o caso violava as resoluções que impedem Pyongyang de importar ou exportar armamento de qualquer tipo, informou o Panamá. EFE

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