Blocos põem brasileiros para sambar, faltando 2 semanas para o Carnaval

  • Por Agencia EFE
  • 31/01/2015 22h29
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Rio de Janeiro, 31 jan (EFE).- Os blocos de Carnaval, liderados pela tradicional Banda de Ipanema no Rio de Janeiro, arrastaram neste sábado para as ruas de diferentes cidades do país milhares de pessoas que não aguentam esperar as duas semanas que ainda faltam para o início oficial da maior festa popular do Brasil.

Dezenas de blocos desfilaram este sábado pelas ruas de cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte para antecipar a alegria e animar os amantes do Carnaval, que dançaram atrás das orquestras e cantaram marchinhas.

Nem a chuva que castigou intermitentemente o Rio de Janeiro durante o dia todo impediu que cerca de 40 mil pessoas fossem ao desfile da Banda de Ipanema para marchar pelas ruas do bairro ao ritmo de músicas carnavalescas e muita cerveja.

Os desfiles dos blocos, nos quais qualquer um pode participar gratuitamente, são os eventos que mais atraem público no carnaval do Rio, alguns com até um milhão de participantes, e já superam em popularidade os famosos desfiles das escolas de samba no sambódromo.

A Banda de Ipanema, que nos últimos anos atrai cada vez mais homens disfarçados de drag queens ou simplesmente vestidos de mulher, fez hoje o primeiro dos três desfiles que programou para o Carnaval deste ano, quando lembra seu cinquentenário.

O bloco se concentrou no final da tarde a duas ruas da praia imortalizada na música de Vinícius de Moraes e Tom Jobim e onde sua orquestra começou a festa com a interpretação de “Cidade Maravilhosa”, hino informal do Rio de Janeiro, em uma homenagem aos 450 anos que a cidade vai completar no dia 1º de março.

Milhares de cariocas e turistas, vários com fantasias mas a grande maioria simplesmente com alguns adereços, acompanharam a orquestra por várias ruas de Ipanema, incluindo o calçadão da praia, e só pararam de dançar no começo da noite.

Entre os fantasiados se destacaram como sempre as drag queens com enormes saltos e plumas, mas não faltaram grupos usando fantasias que lembravam os problemas do país, como a atual seca que castiga o sudeste ou o gigantesco escândalo de corrupção na Petrobras.

“O carnaval é alegria mas também serve como forma de protesto pacífico”, disse à Agência Efe o comerciante Paulo Roberto, um turista de São Paulo e que justificou sua fantasia de policial como uma referência à luta contra a corrupção.

Mas a Banda de Ipanema não foi uma exceção entre os blocos que decidiram antecipar o carnaval. Das cerca de 450 blocos que desfilarão pelas ruas do Rio de Janeiro nas festas deste ano, 36 programaram desfiles para este final de semana.

O Desliga da Justiça, um bloco cujo nome faz referência irônica à Liga da Justiça dos “superamigos”, atraiu cerca de 4.500 pessoas para um desfile em uma praça do bairro da Gávea em que foram muitas as pessoas disfarçadas de super-homem, batman e mulher maravilha.

Outra multidão também se reuniu para dançar com a banda do bloco Imprensa que eu Gamo, fundado por jornalistas e que se caracteriza por permanecer concentrado em uma pracinha sem sair para desfilar pelas ruas como os outros.

A Prefeitura do Rio de Janeiro calcula que os blocos com desfiles programados para este final de semana atrairão cerca de 200 mil pessoas, apesar de a cidade ainda não estar em ritmo oficial de Carnaval.

“O brasileiro definitivamente tem o Carnaval, o ritmo e a música no sangue. É algo genético. É impressionante”, disse à Efe a professora argentina Elvira Castaño, uma dos turistas que antecipou sua chegada ao Rio de Janeiro, no meio da multidão que dançou atrás da Banda de Ipanema.

O ambiente de alegria também se estendeu aos ensaios técnicos das escolas de samba para preparar seus desfiles para este Carnaval, principalmente os deste sábado das escolas São Clemente e Imperatriz Leopoldinense no sambódromo.

Os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial, cada uma com cerca de 4.000 integrantes, são a principal atração do Carnaval do Rio de Janeiro. EFE

cm/ma

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