Bolívia pede que Conare negue asilo para ex-promotor foragido no Brasil
La Paz, 12 ago (EFE).- A Procuradoria Geral da Bolívia apresentou nesta terça-feira ao Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) uma solicitação para que o órgão negue a condição de refugiado ao ex-promotor boliviano Marcelo Soza, que fugiu para o Brasil em março e é acusado de corrupção.
O pedido foi enviado através do Ministério das Relações Exteriores boliviano para que Soza “retorne à Bolívia para assumir sua defesa e dar andamento à investigação pelos crimes dos quais é acusado”, informou a Procuradoria Geral do país andino em comunicado.
O procurador-geral da Bolívia, Ramiro Guerrero, disse na nota que recorreu ao Conare para “notificá-lo que o ex-promotor Soza responde a processos penais anteriores à solicitação da concessão de asilo”.
As autoridades bolivianas juntaram à solicitação enviada ao Conare “provas que sustentam”, segundo a Procuradoria, as acusações contra Soza.
Guerrero ressaltou que “de acordo com os fatos relatados e a documentação anexada à solicitação, se estabelece que o ex-promotor, segundo a legislação boliviana, aparentemente teria cometido crimes comuns e não de caráter político”.
O ex-promotor Marcelo Soza é acusado de ter cometido crimes de corrupção quando investigou um suposto complô contra o presidente Evo Morales.
Soza fugiu para o Brasil em março deste ano, um ano depois de ter se negado a seguir com a investigação sobre as suspeitas de um complô de um suposto grupo terrorista contra Morales em 2009. O grupo também é acusado de ser parte de um plano separatista da região de Santa Cruz, no leste do país.
No dia 16 de abril de 2009 uma operação policial em Santa Cruz resultou na morte do croata-húngaro-boliviano Eduardo Rózsa, do romeno Magyarosi Arpak e do irlandês Dwayer Michael Martin, acusados de serem membros desse grupo.
Na mesma operação foram detidos o húngaro Elöd Tóásó e o croata-boliviano Mario Tadic, indiciados por terrorismo.
O presidente boliviano chamou o ex-promotor Soza de “corrupto” e “criminoso confesso”, que pediu asilo no Brasil.
Soza foi denunciado por vários dos acusados no caso de ter extorquido os mesmos, enquanto a Procuradoria Geral iniciou um processo contra ele por descumprimento de seus deveres, pois o julgamento de todos os acusados do suposto complô, que chegam a 39, completou cinco anos sem resultados. EFE
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