Bruno Garschagen: Equipe da Lava Jato não gostaria que Augusto Aras fosse indicado
Jair Bolsonaro ignora a lista tríplice e confirma Augusto Aras como futuro procurador-geral da República. O procurador baiano, de 60 anos, vai substituir Raquel Dodge – cujo mandato termina no dia 17 de setembro. Ele ainda precisa ter o nome aprovado pelo Senado.
“O presidente fez aquilo que se esperava, que era nomear alguém fora da lista tríplice. Não é um problema exatamente legal, porque é permitido. Era uma tradição dos últimos três presidentes de respeitar a lista, mas Bolsonaro não fez porque entendeu que aquela lista não era composta por procuradores que estivessem mais alinhados a sua forma de pensar política e ao seu Governo.
De qualquer forma, ontem nas redes sociais, houve uma discussão muito grande e ataques muitos sérios contra a decisão de Jair Bolsonaro. Ataques feitos por gente que apoia o presidente. Muitos apoiadores ficaram descontentes com a escolha.
De qualquer forma, os jornais têm apresentado o nome de Augusto Aras como sendo um conservador, mas de qualquer maneira nada do que ele disse ou fez publicamente até agora pode permitir qualificá-lo assim. É uma posição politica seria e o seu uso tem sido vulgarizado por gente que desconhece completamente o que é conservadorismo.
Ele é de esquerda? Algumas opiniões que deu até agora sugerem que ele era, pelo menos, alinhado. Ainda tem o fato de ele ter promovido uma festa, em 2013, em homenagem ao amigo e ex-deputado Emiliano José. Nessa festa compareceu o núcleo duro do PT, incluindo José Dirceu, Rui Falcão e outros petistas. Então a desconfiança permanece.
O que foi conversado entre os dois para que Bolsonaro fosse convencido a gente ainda não sabe direito. Vamos ver qual vai ser o impacto dessa decisão, sendo que a equipe da Lava Jato não gostaria que Augusto Aras fosse indicado.”
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